Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 04:04
Além dos secretários estaduais de Fazenda e de Saúde, os próprios governadores aumentaram, ontem, a pressão sobre a União para a liberação de recursos. Em carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro, eles alertam para a “imperiosa necessidade” de ampliar a ajuda aos estados no enfrentamento do coronavírus. Entre as medidas consideradas urgentes, os chefes do Executivo estadual elencam: recursos para elevar à razão de R$ 4,50 per capita — atualmente está em R$ 2 — os investimentos no atendimento de pacientes e outras ações de combate ao coronavírus; suspensão por 12 meses do pagamento da dívida dos estados com a União e os bancos públicos – reivindicação feita pelos secretários, mas por enquanto não cogitada pelo governo federal; recursos livres aos entes federativos, de forma a acelerar as ações anticoronavírus; aprovação urgente do “Plano Mansueto”, que facilita a obtenção de empréstimo pelos estados, e mudança no regime de recuperação fiscal; redução da meta de superávit primário do governo federal, de forma a evitar o contingenciamento de recursos para o SUS; aplicação da lei que determina a renda básica de cidadania.O tom emergencial da carta emitida pelos governadores contrasta com o discurso do presidente Jair Bolsonaro. Em live na noite de ontem, ele criticou as medidas adotadas por alguns chefes do Executivo para combater o novo coronavírus, como fechamento do comércio. Segundo o presidente, tais medidas podem ser excessivas, pois prejudicam a economia e põem em risco o emprego da população. “O remédio, quando é em excesso, pode não fazer bem ao paciente”, comparou. “A economia tem que funcionar. As pessoas vão ficar em casa e se alimentar do nada? Se falta emprego, falta pão em casa”, disse. Entre os governadores que adotaram medidas como o fechamento do comércio está Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal.
Colaboraram Ingrid Soares e Carlos Alexandre de Souza.
"A economia tem que funcionar. As pessoas vão ficar em casa e se alimentar do nada? Se falta emprego, falta pão em casa”
Jair Bolsonaro, presidente da República
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