Brasil

Estados têm urgência para adquirir mais leitos

Correio Braziliense
postado em 22/03/2020 04:13


A quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos é uma preocupação no Brasil por ser essencial para cuidados de pacientes graves – que, em sua maioria, são idosos ou pessoas com comorbidades. Dentre os três estados com maior proporção de habitantes acima de 60 anos, o Rio Grande do Sul é o que possui o menor número de leitos pelo grupo: são 1.296 idosos por leito.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) afirmou que prevê equipar 200 novos leitos de UTI adulto. Conforme a pasta, os equipamentos para os 30 primeiros leitos já chegaram ao estado. “A Secretaria da Saúde está em tratativas para ampliar ainda mais este quantitativo”, ressalta o texto. No caso do Rio de Janeiro, onde foram confirmadas duas das 11 mortes por coronavírus no Brasil, há 4.032 leitos de UTI para adultos: a média é de um leito para 820 idosos. São Paulo tem situação semelhante, com um leito de UTI para 908 idosos.

Esses dados não significam que todos os idosos precisarão de um leito de UTI. Mas o receio de que a quantidade de leitos de UTI pode ser insuficiente é real. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) já pediu ao Ministério da Saúde uma quantidade maior de leitos emergenciais. O órgão federal, por sua vez, anunciou dois mil leitos a serem distribuídos pelos estados. Na última segunda-feira, o governo informou que repassaria de forma imediata 540 leitos às unidades federativas, que dividiram a quantidade conforme o número de habitantes, respeitando a uma quantidade mínima de 10 desses equipamentos por estado. Roraima ficou com 10 leitos; São Paulo, com 80, por exemplo.

Capacidade razoável
Infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fernando Bozza afirma que as metrópoles brasileiras têm uma capacidade instalada razoável de leitos de UTI. O problema, entretanto, é que a maioria está na rede privada de saúde. Além disso, segundo ele, a distribuição não é homogênea entre capital e os municípios do interior, ou mesmo nas periferias das grandes cidades. “A distribuição não é equânime”, disse. Segundo ele, é preciso observar a evolução da Covid-19 pelo país para saber de forma precisa se a quantidade de leitos responderá à demanda.

O Correio perguntou à Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) se o estado dispõe de um número satisfatório de leitos para a pandemia do coronavírus. Em nota, a pasta informou que serão construídos três hospitais de campanha para atender pessoas infectadas, com uma estimativa de mais 600 leitos. Segundo a SES, serão 300 vagas dentro de um mês e outras 300 em mais um mês. A pasta acrescentou ainda que abrirá 300 leitos em até 40 dias para receber pacientes infectados e outros 300 em mais 30 dias. “As medidas possibilitarão atender pacientes graves infectados por coronavírus. Caso a população não siga as recomendações de permanecer em casa, a previsão é de que o estado registre cerca de 24 mil casos confirmados no próximo mês”, informou a secretaria. (ST)


COB quer adiar as  Olimpíadas

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) comunicou, por meio de nota divulgada na manhã de ontem, que é a favor do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 em razão da pandemia do novo coronavírus que assola o mundo. No comunicado, o COB diz que sua posição se dá em razão do agravamento da pandemia da Covid-19, que já infectou mais de 270 mil pessoas em todo o mundo, e “pela consequente dificuldade dos atletas de manterem seu melhor nível competitivo pela necessidade de paralisação dos treinos e competições em escala global”. A Olimpíada está prevista para começar em 24 de julho e terminar em 9 de agosto.




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