Correio Braziliense
postado em 28/03/2020 04:04
Hábitos do cotidiano, como utilizar o transporte público ou ir ao supermercado, são tarefas consideradas arriscadas atualmente. Para evitar o risco de contágio do coronavírus (Covid-19), quando for necessário sair e enfrentar uma possível aglomeração, os cuidados de higiene têm de ser redobrados. Em países como Itália e França é proibido circular pelas ruas. No estado da Califórnia, nos Estados Unidos, o governo proibiu a circulação de pessoas nas ruas e aglomerações acima de 10 pessoas, sob pena de multas ou prisão. No Brasil, ainda não há consenso ou número específico, mas especialistas da saúde recomendam evitar grupos, ainda que pequenos.
O educador social Bruno Câmara, 25 anos, morador do Varjão, vai ao supermercado apenas para comprar o necessário e evita ter contato com aglomerações. “Só vou ao mercado para comprar o básico. Evito o que tiver mais cheio e procuro o mais vazio”, conta.
A casa de Valdir Pereira, 55 anos, e do genro Paulo Teixeira, 37, em Sobradinho, possui oito moradores. Valdir faz compras semanais e se preocupa com o contágio do coronavírus: “Faço semanada desde antes desse momento de vírus. Não estamos com medo, mas tomamos cuidado para não sermos infectados”.
O médico Marcos Pontes, clínico geral e coordenador da clínica médica do Hospital Santa Lucia, afirma que “um local com mais de 15 pessoas aglomeradas já começa a oferecer riscos de transmissão do coronavírus”. O motivo é, segundo ele, a “falta de controle sobre assepsia, contato físicos e superfícies de contato”.
O Ministério da Saúde alerta que a Covid-19 pode ser assintomática. Isso significa que parte das pessoas infectadas podem sequer saber que estão doente e, por isso, não serão diagnosticadas. Essa característica dificulta a contenção da doença, pois se o infectado não é diagnosticado, não é possível ter um isolamento social, no qual o doente fica isolado de qualquer outra pessoa.
Idosos, asmáticos, pessoas com doenças do coração, fumantes e diabéticos são alguns dos grupos de risco que estão mais suscetíveis ao vírus. Diante disso, a única forma de reduzir o risco de infecção é manter o distanciamento social, ficando longe o suficiente de outras pessoas para que o coronavírus não possa se espalhar.
A um metro e meio
De acordo com a pasta comandada por Henrique Mandetta, é recomendável manter uma distância de 2 metros de outras pessoas. Mas isso nem sempre é possível. De qualquer forma, o espaço seguro, segundo especialistas, é de, no mínimo, 1,5 metro. O coronavírus não é transmitido pelo ar e essa distância evita contato com gotículas expelidas por um indivíduo contaminado.
O infectologista Marcos Pontes destaca que algumas formas de contágio podem ser simples. “Corrimãos e poltronas são potencialmente contaminadoras. Se a pessoa tossir e tocar nessas superfícies, o vírus pode ficar ali entre uma e duas horas. Se alguém tocar e não usar álcool em gel ou lavar as mãos, posteriormente, será um propagador”, explica Marcos Pontes. Ele destaca que com “elevadores, fechaduras, garrafas de água, celular e outros itens também ocorre o mesmo”.
Independentemente do número de pessoas reunidas, “em espaços abertos, o recomendado é usar álcool em gel. Se houver toque de mão, por exemplo, é melhor procurar lavar as mãos com água e sabão, proteger nariz e boca ao espirrar e tossir”, lembra o especialista.
*Estagiários sob supervisão de Andreia Castro
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