Brasil

Governo de Minas cogita exumação para avaliar suspeita de coronavírus

Em apenas 48 horas, funerária de Belo Horizonte recebeu dezenas de corpos com causas dos óbitos relacionadas a problemas respiratórios

Correio Braziliense
postado em 28/03/2020 16:24

Em apenas 48 horas, funerária de Belo Horizonte recebeu dezenas de corpos com causas dos óbitos relacionadas a problemas respiratóriosA Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou que, se for solicitado pela polícia, os corpos que foram embalsamados por uma funerária de Belo Horizonte podem ser exumados. Reportagem do Correio, publicada na segunda-feira (23), apontou que em 48 horas, no último fim de semana, o local recebeu 41 corpos. Em pelo menos 23 deles, a causa da morte ocorreu em razão de insuficiência respiratória ou pneumonia - principal sintoma da doença causada pelo novo coronavírus.

 

Apesar dos sintomas, os pacientes não foram testados para covid-19, mal que gera uma pandemia ao redor do mundo. Ao longo de três dias (sexta, sábado e domingo), foram 73 corpos. Um boletim policial informa que uma guarnição da Polícia Militar foi até a funerária após uma denúncia anônima, de uma pessoa que estranhou aglomerações no estabelecimento e estranhou a chegada de dezenas de corpos.

 

Procurado pela reportagem, o gerente do estabelecimento, Sérgio José da Silva, de 56 anos, confirmou que o local nunca recebeu essa quantidade de corpos em tão pouco tempo. Ele diz ser um fato atípico em 30 anos de carreira. "Sim, recebemos muitos corpos desde sexta. Dobrou (a quantidade) por conta das mortes por insuficiência respiratória", declarou o funcionário.  

 

Saiba Mais

Em nota ao jornal Estado de São Paulo, a funerária afirma que “após o término da contingência epidemiológica, caso a autoridade policial entenda ser necessária, a exumação do corpo poderá ser realizada”. No entanto, o governo do estado afirma que não registrou nenhuma morte por covid-19. Em um dos corpos, está anotado informações referentes a covid-19. De acordo com a Secretaria de Saúde, isso ocorre por que a Polícia Civil teria orientado os médicos legistas a registrarem a descrição “morte em momento de vigência da pandemia pelo Covid19” em laudos de mortes suspeitas. Mas que isso não significa que o paciente tenha sido acometido pela doença.

 

Ainda de acordo com o órgão, o protocolo será alterado. “De toda forma, para evitar qualquer interpretação equivocada, alterou-se a orientação original. Não sendo possível a determinação da causa do óbito, a declaração constará, apenas, causa indeterminada e outras informações constarão no laudo de necropsia enviado à autoridade policial”, informou a secretaria, em nota.

 

A investigação sobre o caso foi aberta após o boletim policial ser divulgado pela imprensa e circular pelas redes sociais. 

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