Correio Braziliense
postado em 01/04/2020 12:09
Minas Gerais pode chegar a 2,5 milhões de pessoas infectadas por coronavírus no pico do surto no estado, entre 27 de abril e 11 de maio, de acordo com estudo da Universidade Federal de Minas Gerais. Realizada pelo professor Rafael Ribeiro, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG, a pesquisa estima que o número seja atingido caso nenhuma medida adicional de prevenção ao COVID-19 for tomada. Com base de dados compostos por números do Ministério da Saúde e do IBGE, a pesquisa leva em consideração a população de cerca de 21 milhões de habitantes em Minas Gerais e calcula a taxa de reprodução, que é o número médio de pessoas saudáveis que cada portador do vírus contamina. No estado, a média seria de 1,83.
“Estudos para algumas províncias da China mostram que essa razão está um pouco acima de 2. Os resultados para os estados brasileiros estão um pouco abaixo desse valor, exceto no caso do Ceará, O fato de o Brasil ter tido tempo de colher informações da experiência internacional e adotado medidas de mitigação mais cedo em relação aos países europeus, por exemplo, pode contribuir para que essa razão não esteja bastante elevada para a maioria dos estados avaliados aqui".explicou.
O pesquisador exemplificou quais ações econômicas mais contundentes de contenção da doença poderiam ser tomadas no Brasil. “Medidas como a aprovação pelo Congresso Nacional de uma renda emergencial de até R$ 1.200 para famílias de autônomos, microempreendedores individuais e desempregados, se efetivas no propósito de manter o distanciamento social, podem de fato achatar as curvas e reduzir significativamente a taxa de transmissão do vírus”, avaliou.
Até essa terça-feira, Minas Gerais registrou duas mortes por COVID-19, além de 275 casos confirmados da doença em 31 cidades, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. O SES ainda analisa um óbito em Mariana, ocorrido nesta quarta.
Picos em outros estados
O estudo também aponta que o pico do coronavírus no Rio de Janeiro será de 7 e 21 de maio, com cerca de 2,1 milhões de pessoas infectadas. No Distrito Federal, onde auge é previsto para 2 a 16 de maio, espera-se que 360 mil contraiam a doença. No Ceará, a contaminação será muito alta em meados de abril: aproximadamente 1,85 milhões entre cerca de 9 milhões de habitantes.
Com população de aproximadamente 45 milhões de habitantes, São Paulo terá o pico entre o final de abril e o início de maio. São esperados 4,4 milhões de infectados no ápice do surto no estado, líder em casos confirmados no Brasil - mais de 2.300, com 136 mortes até essa terça.
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