Brasil

Músico de BH toca em ruas do bairro e leva esperança aos vizinhos

João Vianna toca clássicos da música nacional e internacional pelas ruas do bairro de Luxemburgo

Correio Braziliense
postado em 02/04/2020 20:45
João Vianna toca clássicos da música nacional e internacional pelas ruas do bairro de LuxemburgoO fechamento de bares e restaurantes por causa da pandemia de coronavírus não fez com que a música ao vivo fosse suspensa. Desde que o isolamento social foi posto em prática, vários músicos ao redor do Brasil vêm se apresentando em suas varandas, fazendo a alegria dos vizinhos. Em Belo Horizonte, várias já foram as iniciativas e há, inclusive, aqueles que escolhem ir para a rua e tocar para o público confinado.

Morador do Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul de BH, o músico João Vianna, de 50 anos, vem tocando os corações de seus vizinhos com o som de seu trompete. Tocando repertório variado, ele tenta levar a seus vinhos um sinal de esperança em meio às incertezas da pandemia. 

"Já faz uns 10 dias que comecei a tocar. Inicialmente, eu ia até a minha janela e começava ali. Depois passei para a rampa da minha garagem. Hoje, já estou tocando nas ruas próximas da minha, para que mais pessoas consigam ouvir", conta.

Em uma das apresentações, o músico foi acompanhado pelo filho Pedro Bichuete, de 19 anos, ao violão, enquanto ele, no trompete, tocava a clássica Wish You Were Here, da banda Pink Floyd. Agora, Vianna já pretende deixar os limites do bairro e tocar para pessoas, em outras regiões de BH. "Amanhã, estou querendo tocar no Sion", diz.
 

Recompensa 


A música soa tão bem aos ouvidos dos vizinhos que há, inclusive, pessoas o contratando para tocar nas áreas de lazer de seus prédios. "Tive um convite, de um condomínio de 82 apartamentos, para fazer uma apresentação na área de lazer deles. Como o espírito da coisa é muito mais o lado humanitário, de fazer uma coisa pelo outro, não tem cobrança de cachê."

Saiba Mais

Por outro lado, Vianna conta que, com essas apresentações, ele está vendendo muitos CDs. "Deixo um lote de CDs nos prédios e eles depositam na minha conta bancária. Mas há também outras formas de gratidão muito legais: várias vezes já aconteceu de porteiro me enviar um pacote de biscoito ou cupcakes que os vizinhos fazem", conta.

De uma família de músicos, Vianna conta que começou a estudar o instrumento ainda nos anos de 1980. "Na época, era comum sofrer preconceito. O pessoa queria fazer era medicina, direito e engenharia", relembra. No entanto, se, na época ,ele recebia olhares estranhos, hoje ele é visto como uma espécie de trégua em meio ao medo gerado pela pandemia.

"Acho que qualquer vertente da arte, inclusive ver um filme, cinema, série, ler um livro, faz com as pessoas tenham um equilíbrio maior, se não a vida vai ficando muito massante."

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