Correio Braziliense
postado em 03/04/2020 04:32
Golpistas aproveitam o momento de crise para aplicar golpes relacionados ao novo coronavírus. Em tempos de isolamento social, criminosos utilizam plataformas on-line para alcançar a população. O principal canal de contato com as vítimas tem sido o WhatsApp. Mensagens são enviadas com links de formulários que, quando preenchidos, informam aos criminosos os dados pessoais das vítimas. O laboratório de segurança digital da PSafe afirma que mais de 4,5 milhões de brasileiros já acessaram páginas fraudulentas sobre o “corona voucher” — auxílio de R$600 para pessoas de baixa renda aprovado pelo governo na última segunda-feira (30).
O WhatsApp disponibilizou em seu portal dicas para os usuários não disseminarem fake news e tentativas de golpe. Dentre as orientações, está confirmar os fatos com fontes confiáveis. Em outros casos espalhados pela web, constam ofertas de pacotes de internet e serviços de streaming gratuitos. João Vitor Silva, de 23 anos, recebeu uma mensagem, encaminhada pelo irmão de 10 anos, anunciando que a Netflix havia liberado acesso gratuito à plataforma devido à pandemia. Ao clicar no link disponibilizado, o usuário acessa uma página apontada como insegura pelo navegador web. João achou o endereço “estranho” e avisou o irmão que se tratava de um golpe.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou, no último dia 25, aviso informando que a organização não oferece pacotes de internet ou qualquer outro produto. Acrescentaram, ainda, que a empresa “jamais solicita dados pessoais por mensagem, e-mail ou ligação”.
Na ocasião, a Anatel alertou os seguidores nas redes sociais para golpes on-line. “Links com descontos maravilhosos e preços muito convidativos? Pop-ups chamativos e banners em sites que você não conhece? Quando a esmola é demais, até o santo desconfia”, diz uma das publicações.
Em outra artimanha, os criminosos telefonam, principalmente para idosos, se passando por servidores do Ministério da Saúde e os informam de um benefício que será concedido após o envio de dados bancários e endereço. Nessa quarta-feira, a pasta divulgou um novo sistema de busca ativa de informações sobre o coronavírus. A população receberá ligações automáticas para realizar avaliação de sintomas. Assim, é possível acompanhar a evolução da doença e mapear áreas de risco de contágio. Para que as pessoas não caiam em golpes, a recomendação é conferir o número 136 no identificador de chamadas, referente ao Disque Saúde.
Promessa milagrosa
Em Brasília, o endocrinologista Pedro Leão foi interditado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) por falsas promessas relacionadas à Covid-19. As denúncias são de um anúncio sobre um kit que fortaleceria a imunidade e evitaria sintomas mais graves do novo coronavírus. O médico permanecerá afastado das atividades profissionais até o julgamento do caso.
O endocrinologista é dono do Instituto Pedro Leão, especializado em longevidade, metabologia, nutrição, emagrecimento e performance esportiva. Nas redes sociais, o especialista publica dicas de saúde e, recentemente, tratou sobre os possíveis benefícios da prática esportiva em meio à epidemia.
Em vídeo postado no Instagram, o médico se defende das acusações: “Não prometi a cura para o coronavírus”. “É um produto meramente para o reforço da imunidade, são ativos que há muitos anos já são usados na medicina para essa finalidade”, justifica o médico. Contatado pelo Correio, o Instituto Pedro Leão não quis se manifestar.
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