Correio Braziliense
postado em 03/04/2020 20:09
Um pedido que partiu do governo do Reino Unido para a Ford e a Honda, inspirou outras montadoras no mundo inteiro a produzirem respiradores. Os aparelhos auxiliam no tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. A fábrica da General Motors em Kokomo, Indiana, trabalha em parceria com a Ventac – empresa especializada em equipamentos hospitalares – no desenvolvimento de um respirador. Em um dos países que mais sofrem com a epidemia de Covid-19, Itália, a Fiat e a Ferrari também produzem esforços para combater a crise de saúde.
O professor e economista Luiz Roberto Cunha considera os investimentos das instituições privadas algo importantíssimo para a superação da crise. “As empresas também estão sofrendo e perdendo receita. Para gradativamente mudar do isolamento horizontal para o vertical, é preciso uma quantidade muito grande de testes”, pontua. Luiz Cunha afirma que no momento todos devem obedecer a quarentena e agir no que estiver ao alcance para o fim da crise o mais rápido possível.
Riezo Silva Almeida, coordenador do curso de Ciências Econômicas do IESB diz que a iniciativa dos empresários tem que continuar para a volta da normalidade. “É melhor que eles não dependam do governo para tomar providência para minimizar os impactos do coronavírus. Com ajuda, a rotina de consumo das pessoas voltam em breve e as empresas também” afirma. Ele destaca que “sem a ajuda das empresas, o governo não daria conta devido aos gastos que vai ter pela frente como o pagamento do auxílio emergencial”.
No Brasil, grandes bancos se comprometeram a doar 5 milhões de testes rápidos para detectar a doença, além de respiradores e tomógrafos. As instituições Itaú, Santander e Bradesco formaram uma força-tarefa que definiu a logística mais eficiente para a importação dos produtos, sob orientação do Ministério da Saúde.
Em nota, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, diz que nesse momento a união de esforços é o caminho mais viável para superação das dificuldades. Candido Bracher, presidente do Itaú, afirma: “A gravidade da crise demanda que não apenas o governo, mas também a sociedade civil, atue de forma rápida e efetiva para combater a Covid-19”.
Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, pontua que as iniciativas setoriais visam, além de apoiar profissionais de saúde e pacientes, “manter o fôlego financeiro de negócios e pessoas durante este período mais crítico de combate à pandemia”.
Outra entidade privada que está contribuindo é a Vale. A mineradora comprou 100 toneladas de insumos como álcool gel 70%, sabão e detergente, que serão doados à Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa) no Pará. Os primeiros lotes foram entregues na última segunda-feira (30/3). Além da doação dos produtos, a empresa está reformando e ampliando uma ala de internação do Hospital Municipal de Parauapebas (HMP). Assim, mais quarenta leitos de Unidade Semi-intensiva estarão disponíveis para pacientes.
A Votorantim também doará R$50 milhões a governos, instituições de saúde e entidades privadas para serem destinados a compra de kits para teste de coronavírus, respiradores e outros equipamentos. Municípios de pequeno e médio porte com mais vulnerabilidade serão priorizados nas doações.
Como uma das primeiras empresas a ajudar no combate ao novo coronavírus, a Cervejaria Ambev está fazendo o etanol de suas cervejarias para produzir 500.000 unidades de álcool gel em embalagens de 237ml. Serão priorizados na distribuição hospitais públicos nas áreas mais afetadas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, conforme orientação das secretarias de saúde.
Segundo a Ambev, “ir além dos rótulos também é cuidar uns dos outros. Por isso, vamos transformar o álcool de nossas cervejarias em álcool em gel envasado em nossas próprias embalagens. Esta foi uma das formas que encontramos de ajudar neste momento onde toda solidariedade faz diferença” informou a empresa em seu Instagram.
A empresa brasiliense Brasal, divulgou nesta segunda-feira (30), doação para Secretaria de Saúde do Distrito Federal de R$ 2 milhões em itens de suporte para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), além de máscaras, luvas e álcool em gel para doar à Secretaria de Saúde.
A ação visa contribuir no combate à Covid-19 no DF. Parte já foi entregue na terça-feira (31), o restante deve chegar em até 20 dias. O material passará a fazer parte do patrimônio do hospital público.
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