Brasil

Setor da construção debate medidas para serem tomadas pós-coronavírus

Segundo empresários, os problemas mais danosos para os setor giram em torno da redução das vendas, falta de crédito, paralisação das obras e falta de recebimento de faturas

Representantes da cadeia produtiva da construção realizaram, nesta sexta-feira (3/4), um debate para avaliar como a indústria do setor pode atuar no pós-crise para alavancar a retomada de obras que sofrem com o avanço do novo coronavírs.

Durante o debate promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que ocorreu por meio de uma live, os problemas mais danosos para os setor giram em torno da redução das vendas, falta de crédito, paralisação das obras e falta de recebimento de faturas. Para o CEO da ArcelorMittal, Jefferson de Paula, os bancos andam tomando atitudes individualistas e o crédito, de acordo com ele, piorou muito para os fornecedores.

"Temos que estar unidos para saber como transformar ferramentas em ações efetivas para ajudar o país com soluções corretas, éticas e produtivas”, afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. A entidade compilará as sugestões da cadeia produtiva no documento que está sendo preparado e será entregue ao governo federal para o enfrentamento da crise. "As propostas devem ter um olhar setorial, com o objetivo final de melhorar a vida das pessoas com a nossa atividade", disse, ao pedir a contribuição da cadeia.

Manfredo Gouvea Júnior, diretor executivo da Cerâmica Elizabeth e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), ressaltou na live que o segmento vem sendo prejudicado desde o início da crise. "A cadeia de suprimentos tem sofrido algumas dificuldades. Algumas indústrias têm retraído a sua produção, por falta da capacidade de escoamento, já que o segmento de revenda do setor da construção foi fortemente afetado", destacou.

Sobre como a cadeia pode fazer para sair da crise, alguns executivos que participaram da reunião apontaram que é preciso evitar ao máximo demissões e, que o quadro de funcionários deve ser mantido enquanto o caixa permitir. Outros apontaram que tudo dependerá do bom diálogo e de união dos esforços de toda a cadeia produtiva.

Saiba Mais

Outro ponto que foi tocado é sobre as precauções a serem tomadas para que o setor volte à sua produção normal e, o principal, para eles, é o governo realizar medidas econômicas que estimulem o setor. "As empresas devem poupar capital de giro o máximo possível e o governo deve agilizar crédito amigável, através da Caixa e do BNDES, para que as empresas não percam a estrutura”, frisou Rubens Menin, presidente da MRV.

"Empresas e trabalhadores precisam se adaptar, por um tempo, a uma nova forma de trabalho; o governo deve continuar atuando nas medidas; os bancos precisam agir de forma diferente — o crédito piorou muito para os fornecedores –, e o governo precisa ter forte plano de investimento de infraestrutura no Brasil", disse Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal.

* Estagiário sob supervisão de Vicente Nunes