Brasil

Síndrome desacelera

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 04:04


Novos dados do sistema InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam que o ritmo de aumento nos casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que pode ser causada por diversos vírus, como o da Covid-19 e o da Influenza, pode ter desacelerado, na última semana. No período de 22 a 28 de março, houve desaceleração na taxa de crescimento do número de casos no Brasil, ainda que a quantidade continue muito elevada, bem acima do padrão histórico. Na semana epidemiológica de 22 a 28 de março, os casos estimados da síndrome foram de 5.992, aumento de 7% em relação à semana epidemiológica anterior, de 15 a 21 de março, com 5.624 casos.

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Marcelo Gomes, que coordena o InfoGripe, as duas semanas epidemiológicas anteriores tinham apresentado crescimento expressivo no número estimados de casos de SRAG, com aumentos de 122% e 162%, respectivamente. Ele diz que os dados sugerem diminuição na velocidade do número de casos da síndrome respiratória que tanto podem ser reflexo das medidas de isolamento social, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotadas pelos estados brasileiros em meados de março, quanto do atraso na atualização das notificações nos bancos de dados que abastecem o InfoGripe pelas equipes nas unidades básicas de saúde.

“Nesse momento, a gente não pode afirmar que é exclusivamente em função das medidas de isolamento social que houve essa desaceleração. Pode ser isso. Mas pode ser também o atraso maior na inserção de dados. E pode ser a combinação desses dois fatores”, explicou.

O coordenador do InfoGripe ressalta que as medidas de isolamento não podem ser afrouxadas neste momento. “Ainda estamos em uma situação preocupante. Temos que continuar as adesões massivas ao isolamento social”, indicou.

Segundo a Fiocruz, houve também uma mudança no perfil etário dos casos registrados, que nos anos anteriores costumava ser de predominância de crianças com menos de dois anos, passando agora para indivíduos de mais de 60 anos –– faixa que está associada a casos mais graves do novo coronavírus. Segundo o coordenador do InfoGripe, essa mudança pode estar relacionada à Covid-19.


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