Brasil

Covid-19:Saúde reconhece carência de profissionais e falta de leitos de UTI

Ministério admitiu a necessidade de profissionais especializados para agir na pandemia. Pasta também disse que %u201Cleitos não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia%u201D

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 16:27
Ministério admitiu a necessidade de profissionais especializados para agir na pandemia. Pasta também disse que %u201Cleitos não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia%u201DO combate à Covid-19 no país pode ser mais difícil do que se imagina, visto que, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil carece de profissionais capacitados para conter a proliferação do novo coronavírus e cuidar dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, e ainda lida com a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de internação para receber as pessoas diagnosticadas com a doença.

As conclusões foram divulgadas pela pasta na noite de sexta-feira (3/4). De acordo com boletim emitido pelo Ministério, “há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de Covid-19 e profissionais treinados na atenção primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal”.

“Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia”, acrescentou a Saúde.

Apesar de o período mais crítico da epidemia ainda não ter sido constatado pela pasta, a fase em que boa parte do país se encontra atualmente, a de epidemia localizada, já sobrecarrega a capacidade laboratorial do Brasil, que “ainda é insuficiente para dar resposta a essa fase da epidemia”.

Algumas pontos do país, contudo, podem já ter avançado de estágio e chegado ao ponto mais perigoso da proliferação da doença, o de aceleração descontrolada. De acordo com o Ministério, Distrito Federal (com incidência de 13,2 casos a cada 100 mil habitantes), São Paulo (9,7/100 mil), Ceará (6,8/100 mil), Rio de Janeiro e Amazonas (6,2/100 mil) são as unidades da Federação em risco, onde a transmissão pode já não ocorrer mais de modo restrito.

Ainda de acordo com o documento, para o momento mais crítico da doença no Brasil, será necessária uma ampliação para realização de 30 a 50 mil testes de RT-PCR por dia. Para isso, o Ministério da Saúde informou que está estabelecendo parceria público-privada com

grandes redes de laboratórios e ampliando a capacidade dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Evandro Chagas, que juntas, em carga máxima, são capazes de processar aproximadamente 6,7 mil testes diariamente.

Além disso, alertou a pasta, “não há escala de produção nos principais fornecedores para suprimento de kits laboratoriais para pronta entrega nos próximos 15 dias”.

O Ministério ainda comentou que “apesar de alguns medicamentos serem promissores, como a Cloroquina associada à Azitromicina, ainda não há evidência robusta de que essa metodologia possa ser ampliada para população em geral, sem uma análise de risco individual e coletivo”. “Nunca foi utilizada dessa maneira em larga escala. Precisa-se de mais duas a três semanas para que os resultados sejam efetivamente robustos e apoiem a adoção dessa medida”, destacou a Saúde.

Dessa forma, a pasta reforçou o pedido para que a população respeite as recomendações de isolamento e distanciamento social, de modo a evitar que o vírus se espalhe com mais facilidade. Segundo o Ministério da Saúde, “as estratégias de distanciamento social adotadas pelos estados e municípios, contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde” e “essas medidas temporárias permitem aos gestores tempo relativo para estruturação dos serviços de atenção à saúde da população, com consequente proteção do Sistema Único de Saúde”.

“As unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo”, afirmou a pasta.



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