postado em 04/04/2020 20:43

De acordo com a PF, é preciso estar atento às orientações dos fabricantes e às dicas de atualização, que têm como objetivo corrigir problemas de segurança. ;Caso não tenha confiança para atualizar o sistema da câmera, busque ajuda com um técnico ou um conhecido;, enfatiza o comunicado feito pela força de segurança.
As orientações são: verificar as credenciais de acesso do equipamento, trocar a senha frequentemente e identificar a existência de outros usuários configurados. Existem câmeras com possibilidade de inclusão de usuários para serviços de manutenção. Essa funcionalidade pode ser acessada remotamente por invasores sem o conhecimento do usuário.
Um dos primeiros registros em nível mundial desse tipo de prática criminosa ocorreu em 2014, com uma família de Cincinnati, nos EUA. Na ocasião, o equipamento emitiu vários gritos de ;acorde, bebê;, além de xingamentos e movimentos erráticos da câmera. As investigações apontaram que um cibercriminoso conseguiu invadir o sistema do aparelho que transmitia o vídeo pela internet.

Para o servidor público Rodrigo Abreu, de 38 anos, pai de uma bebê de dois meses, a babá eletrônica é uma aliada, principalmente, no monitoramento noturno da pequenina. O Equipamento usado veio do Canadá e tem as funcionalidades de áudio e vídeo, além de se conectar ao Wi-Fi. ;Nunca percebemos nenhuma situação estranha como sons ou problemas no funcionamento;, diz aliviado o morador da Asa Norte, porém pretende investigar as informações do fabricante sobre possíveis atualizações.
Já o cientista social André Santoro, 33, pai de uma menina de pouco mais de um ano, afirma que usa o equipamento desde o nascimento da criança. Sobre o funcionamento, relata observar com frequência falhas na tela. ;Imaginamos ser falha de conexão entre os aparelhos;, imagina. Como o equipamento tem restrições de uso, como distância e acessos remotos, ele acredita estarem menos suscetíveis a ações de criminosos. No entanto, adota certas precauções como deixar tudo desligado quando não estiver em uso.

Crimes cibernéticos
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do DF, não existe uma lei específica sobre os crimes cibernéticos ou pedofilia na internet, mas há legislação pertinente. Além do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) se ampara na Lei n; 12.015/09 do Código Penal.
Ainda conforme destaca a pasta, o combate à pornografia infantil e a crimes de pedofilia na internet no DF é feito diretamente pela DPCA e pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). A primeira aposta no lado humano e psicológico das vítimas. A segunda, específica na área técnica, centraliza esforços no trabalho de rastreamento dos possíveis criminosos.
A legislação descreve que configura crime de natureza pornográfica relacionado à pedofilia nas redes sociais baixar qualquer tipo de material, produzir registro sobre o assunto ou difundi-lo. Quando difundido, a pena pode subir.
A Polícia Civil do Distrito Federal disponibiliza canais de denúncia para essas situações, que podem ser feitas pelo 197, pela delegacia eletrônica (https://delegaciaeletronica.pcdf.df.gov.br/) e pelo drcc-atendimento@pcdf.gov.br.