Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 07:25
Ao anunciar na segunda-feira, 6, que seguia como ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta pediu "paz" para trabalhar no enfrentamento ao coronavÃrus, mas ele não terá a tranquilidade que espera. Embora tenha conquistado uma parcela dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, grupos considerados mais radicais e ligados ao guru Olavo de Carvalho intensificaram a ofensiva nas redes sociais contra ele. Na manhã desta terça, a claque que aguardava o presidente na saÃda do Alvorada entoou coro de "Fora, Mandetta."
Durante a tarde, a hashtag #MandettaGenocida ficou entre as mais citadas do Twitter. Os bolsonaristas tentam emplacar a narrativa de que o ministro coloca vidas em risco por não editar um protocolo de hidroxicloroquina para tratamento do novo coronavÃrus no Brasil por meio de decreto. O uso do medicamento é um dos principais pontos de divergência entre Bolsonaro e Mandetta. O ministro alega falta de embasamento cientÃfico, enquanto o presidente é entusiasta do remédio, mesmo sem pesquisas conclusivas.
A estratégia da ala ideológica, neste momento, é desgastar a imagem do ministro. Para olavistas, o momento não é de trégua, mas de manter acesa a chama da "fritura" do chefe da Saúde, que passou a ser considerado uma "ameaça polÃtica". Nos grupos de WhatsApp, Mandetta é acusado de estar a serviço da imprensa e da esquerda. Textos compartilhados por bolsonaristas também questionam a legitimidade do ministro para enfrentar a pandemia, por ele ser ortopedista pediátrico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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