Brasil

Positivo para Covid-19, Kalil recebe alta e defende hidroxicloroquina

O medicamento foi um dos utilizados durante o tratamento do cardiologista do Hospital Sírio-Libanês. Ele recebeu alta nesta quarta-feira (8/4)

Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 13:38
O cardiologista Roberto Kalil Filho defende que alternativas que minimizem os danos à população devem ser consideradasO cardiologista do Hospital Sírio-Libanês Roberto Kalil Filho recebeu alta, na manhã desta quarta-feira (8/4), após ficar 10 dias internado com o Covid-19. “Estou chegando em casa, vou almoçar e descansar um pouco”, confirmou ao Correio.

Ele foi submetido a tratamento com hidroxicloroquina e, em entrevista ao Jornal da manhã, da Rádio Jovem Pan, defendeu o uso da medicação nos pacientes com a doença, desde que seja uma opção médica debatida com cautela. “Sempre quando é proposto um tratamento, isso é discutido entre médico e paciente. Quando me propuseram o uso de hidroxicloroquina, óbvio que aceitei", afirmou.

“Tudo que eu não quero, pela ética médica, é influenciar outros tratamentos. Se estou falando para milhares de pessoas, muitas vão querer, inadvertidamente, usar cloroquina. Isso é uma responsabilidade muito grande”, ponderou. Kalil disse, ainda, que o uso da hidroxicloroquina foi apenas um dos medicamentos que contribuiu para a recuperação. Foram propostos corticoide, antibiótico, anticoagulante e oxigenoterapia pelos médicos. 

Para o cardiologista, as alternativas que minimizem os danos à população e que possam evitar mortes devem ser consideradas. “Embora todos saibam que não há grandes estudos comprovando o benefício, uma situação em paciente mais grave, acho que tem que ser ponderado sim”. 

O uso da cloroquina e da hidroxicloroquina vem sendo defendido publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro como tratamento para a Covid-19 e alternativa para justificar a flexibilização de medidas de contenção social. A substância está sendo usada de maneira controlada para tratar pacientes infectados pelo novo vírus, mas, segundo o Ministério da Saúde, por enquanto  “como uma alternativa terapêutica”. 

Saiba Mais

Em seu Twitter, Bolsonaro destacou, nesta quarta-feira: “Cada vez mais o uso da cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos se recusaram a divulgar o que os curou do Covid-19”, escreveu, antes do posicionamento de Kalil. Horas depois, postou a declaração do médico sobre o remédio. 

A cloroquina é usada para tratar doenças como malária, lúpus e artrite. O medicamento não pode ser manipulado sem indicação médica e precisa ter a dosagem específica para cada caso. Sem isso, os efeitos colaterais podem prejudicar o organismo e até levar à morte. 

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