Brasil

Senai e grandes indústrias recebem respiradores para manutenção

Mais de 500 aparelhos já foram encaminhados para manutenção, sendo que 37 foram consertados e devolvidos para os hospitais

Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 14:02
Respirador em hospitalEncabeçado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), projeto que realiza manutenção em respiradores funciona em 19 unidades federativas do país em parceria com grandes indústrias e instituições. Segundo o diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi, até o final da semana, cerca de 500 respiradores encaminhados para manutenção já devem estar aptos para uso.

Desde o dia 30 de março, a iniciativa busca ampliar o número de aparelhos disponíveis para o tratamento de pacientes da Covid-19. Até a última terça-feira (7), 599 respiradores foram encaminhados para os pontos de manutenção e 40 já haviam retornado aos hospitais de origem. 

A ação tem apoio do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin). Dentre os locais onde se encontram os pontos de manutenção, estão o Distrito Federal e os estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia.

Inicialmente, o Senai mapeou cerca de 65 mil respiradores no país, desses, 20% estão inutilizados. “O respirador é um mini computador, com uma engrenagem para sistema de bombeamento. O Senai tem um domínio muito profundo em todas essas competências, então, a tendência é que a gente dê uma devolutiva muito forte do número de respiradores que estão fora de uso”, explica Lucchesi. 

Os hospitais que queiram usufruir do serviço gratuito devem contatar o Senai e os pontos de apoio disponibilizados por ele. A Força Aérea Brasileira está realizando a logística para busca dos aparelhos em localidades de difícil acesso. Entretanto, os demais centros de saúde devem realizar a entrega dos aparelhos. 

Rafael Lucchesi considera a ação bem sucedida. “Nesses primeiros dias, o número de equipamentos enviados pelos hospitais foi muito positivo, e esperamos receber o maior número de aparelhos que estão parados no país. A rede voluntária continuará trabalhando até que a pandemia de coronavírus esteja sob controle”, afirmou.

A rede é formada pelo Senai e parceiros da indústria que receberam treinamento técnico da instituição, são eles: ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, General Motors, Honda, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e POLI-USP, Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz do Brasil, Moto Honda, Renault, Scania, Toyota e Vale.

Segundo a Associação Catarinense de Medicina (ACM) e a LifesHub Analytics, mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares estão sem funcionar no país no momento. A estimativa, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é que cada aparelho recuperado possa atender até dez pacientes. 

Oferta de respiradores

Além da manutenção, a rede também pretende aumentar a produção nacional ventiladores pulmonares. Assim, está em negociação com fabricantes para obter novos aparelhos. “Há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores oferecer os componentes necessários”, anunciou a Confederação.  

Saiba Mais

Ainda, na última semana, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em parceria com o governo do estado, indústrias e instituições catarinenses, fechou contrato para a importação de 200 respiradores destinados ao sistema nacional de saúde. 

Dentre as iniciativas do Serviço Nacional de Aprendizagem está o Edital de Inovação para a Indústria, onde a empresa selecionada, Aredes Equipamentos Hospitalares, irá adaptar ventiladores pulmonares da área veterinária para uso em seres humanos. 

 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão 

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