Brasil

Sul e Sudeste com mais idosos

Maioria da população com mais de 60 anos no país está concentrada no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, segundo pesquisa. A média nacional das maiores vítimas da Covid-19, conforme previsões para 2020, é de 14,26%

Correio Braziliense
postado em 09/04/2020 04:04
O avanço acelerado do novo coronavírus infectou 1,5 milhão de pessoas, das quais 15,9 mil no Brasil, conforme dados oficiais. Diante da pandemia, que está colocando o mundo em quarentena, localizar onde estão as vítimas com maior taxa de mortalidade da doença acaba sendo uma ação importante para os gestores de políticas públicas. A pesquisa “Onde estão os idosos? Conhecimento contra a Covid-19”, divulgada ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), é uma ajuda valiosa por ter sido desenvolvida sobre várias bases de dados nacionais e internacionais. O estudo identificou, por exemplo, que a maioria dos idosos no país está concentrada nas regiões Sul e Sudeste.

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os estados com maior número de pessoas acima de 60 anos. A média nacional de pessoas nessa faixa etária, conforme previsões para 2020, é de 14,26%, segundo a pesquisa que mostra RJ e RS alternando-se na liderança desde 2012. Enquanto esses estados apresentam taxa da população acima dessa média nacional, o Distrito Federal ficou na 21ª colocação entre os entes federativos com menor taxa de idosos em 2018, mas, pelas novas projeções, subiu para o 18º lugar neste ano, com 11,34%. A pesquisa pode ser acessada no endereço: https://cps.fgv.br/covidage.

“O fato de a maioria dos idosos estar concentrada no Sudeste e no Sul é positivo, porque, nessas regiões, também estão concentrados os médicos e os hospitais mais preparados”, avaliou o economista Marcelo Neri, coordenador do estudo e diretor do FGV Social, em entrevista ao Correio. “O Brasil é um país grande, mas o número de idosos não é tão elevado se comparado com os países desenvolvidos. Do ponto de vista negativo, contudo, a população mais velha está localizada em áreas mais turísticas, onde há muita circulação de pessoas, o que é um risco a ser considerado”, ponderou.

Com base na pesquisa, o Japão é o país com maior percentual de idosos: 28,4%, seguido da Itália, com 23,3%. África e Oriente Médio registram as menores taxas de idosos: Emirados Árabes Unidos (1,26%), Catar (1,69%) e Uganda (1,99%). Em um ranking de 98 países analisados, o Brasil ficou em 80º no ranking do número de idosos, se forem considerados os 20% mais pobres, e em 31º, entre os 20% mais ricos. “Esse dado mostra que, em termos relativos, a renda média dos idosos não é tão baixa se comparada com outros países devido aos benefícios assistenciais e às aposentadorias”, explicou o economista. Para ele, isso mostra que os idosos brasileiros, em geral, estão em uma condição econômica bem posicionada se comparada com outros países.

De acordo com os dados da pesquisa, os idosos correspondem a 17,44% dos 5% dos brasileiros mais ricos e apenas 1,67% dos 5% mais pobres. Em relação à fonte de renda, 59,64% recebem aposentadorias ou pensões; 40,78%, Benefício de Prestação Continuada (BPC); e 0,89%, Bolsa Família. Contudo, o economista lembrou que o índice de escolaridade é muito baixo entre os idosos brasileiros, com 30% de analfabetos, fruto do sistema educacional muito ruim no passado.


Emergentes despreparados
Brasil, México e Colômbia estão entre os países emergentes menos preparados para enfrentar a pandemia da Covid-19, conforme simulações feitas pelo banco francês BNP Paribas. O trio está no mesmo grupo de Filipinas, Índia, África do Sul, Indonésia, África do Sul, Tailândia e Egito. Já o grupo das economias em desenvolvimento consideradas mais preparadas é integrado por Coreia do Sul, Polônia, República Tcheca, Hungria e Arábia Saudita. “Os cuidados de saúde exigirão apoio urgente, com limitações a sistemas potencialmente incapazes de lidar com o pico de demanda. Níveis mais altos de pobreza em alguns países podem significar ser necessário apoio financeiro adicional”, informou o documento da instituição enviado aos investidores.


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