Correio Braziliense
postado em 10/04/2020 04:03
Parte da população de Águas Lindas tem questionado a construção do hospital de campanha na cidade. Isso porque eles avaliam que o hospital regional, que nunca foi concluído, após 15 anos de obra, poderia ter a sua estrutura utilizada. Assim, segundo os moradores, com o fim da pandemia, o município teria, finalmente, a unidade concluída.
A diarista Soraia Avelino Maciel, de 42 anos, questiona o gasto de R$ 10 milhões em um hospital temporário, enquanto a unidade de saúde regional tem 80% das obras finalizadas. “Esse dinheiro deveria ser investido lá”, reclama. O secretário de Saúde da cidade, Eduardo Rangel, afirmou que, por questões de saneamento básico, não foi possível usar a estrutura do hospital regional para receber, de forma emergencial, os pacientes com Covid-19.
O bairro onde o hospital regional está localizado, segundo ele, já possui rede de esgoto, mas ainda não foi ligada. Por outro lado, no local onde está sendo levantado o hospital de campanha, há rede de esgoto e água encanada, destacou. Rangel afirma que, mesmo que a unidade existente pudesse receber pacientes, ainda assim, o ideal seria construir um hospital de campanha para atender, exclusivamente, a pessoas com o novo coronavírus.
A comerciante Andreia de Souza Marques Araújo, 44 anos, diz que se os governos tivessem se preocupado com a estrutura antes de a pandemia começar, o Entorno do DF teria uma unidade de alta complexidade pronta. “Eu sou favorável a esse hospital de campanha, porque a gente não tem unidade que consiga atender. Mas se desse para ser algo definitivo, seria melhor”.
Vizinhança
Moradores também dizem temer o grande fluxo de pessoas contaminadas pelo coronavírus na cidade. A vendedora Ana Paula Nogueira, de 25 anos, afirma que todos estão preocupados. Ela também questiona a falta de utilização do hospital regional. “Poderiam pegar esses R$ 10 milhões para investir lá. Aí, ia ser definitivo”.
Eliane Cortes, 34, mora a apenas a alguns metros do futuro hospital de campanha e afirma que tanto ela quanto os vizinhos estão assustados, com medo de serem contaminados pela doença, devido à proximidade entre as casas e a unidade de saúde emergencial.
O secretário de Saúde do município, Eduardo Rangel, garante, no entanto, que a estrutura é segura, e que não há risco de contaminação da população local.
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