Correio Braziliense
postado em 11/04/2020 04:03
Das 1.056 mortes contabilizadas no boletim do Ministério da Saúde, ontem, 849 foram investigados. Uma pesquisa inédita divulgada pela pasta mostra o perfil das vítimas da Covid-19 no Brasil em relação a raça. Total de 64,5% das vítimas do novo cornavírus no país se declarou como branca, 28,5%, como parda, 4,3%, como negra, 2,5%, como amarela e 0,2%, como indígena. No entanto, apesar de o vírus ter matado mais pessoas brancas, ele é mais letal entre pretos e pardos. Praticamente um em cada quatro brasileiros hospitalizados é preto ou pardo (23,1%), enquanto um em cada três dos óbitos (32,8%) pertence ao grupo.
Vale ressaltar que a distribuição de hospitalizações e mortes pode sofrer grandes alterações já que 1.942 dos casos de internação (46% do total) e 341 óbitos (32%) foram excluídos do levantamento pelo fato de a variável raça/cor ser desconhecida.
Na última quarta, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que o governo vai construir um hospital de campanha para o atendimento de comunidades indígenas. Apesar de não ser maioria no grupo das vítimas, o grupo preocupa o Ministério da Saúde. A morte de um adolescente da etnia yanomami, de 15 anos, foi confirmada nessa sexta-feira. (Leia mais na página 6).
Homens idosos
Desde a primeira morte registrada, no dia 17 de março, a maioria das vítimas da Covid-19 no Brasil é composta por homens: 58,2%. Também é possível observar que os óbitos ocorrem, em sua maioria, na população com mais de 60 anos. No entanto, o país também já registrou óbitos de pessoas mais jovens e até crianças. Há um caso na faixa etária de 0 a 5 anos, três, de 6 a 19 anos, e nove, de 20 a 29 anos.
A obesidade e a asma são as comorbidades mais presente no grupo das vítimas abaixo dos 60 anos. Já a diabetes, a cardiopatia e a pnemoupatia são as doenças crônicas que mais acometem os idosos mortos com coronavírus. Vale destacar, porém, que qualquer pessoa com mais de 60 anos já é considerada do grupo de risco. (MEC)
FAB distribui respiradores
A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou, ontem, 30 respiradores para Fortaleza. Segundo a FAB, a aeronave C-105 levou 1,5 tonelada em equipamentos. Mais 20 respiradores serão entregues em Manaus e dez em Macapá. Segundo o Ministério da Saúde, as três capitais têm necessidade de ampliar urgentemente o número de leitos de tratamento intensivo para atender os infectados pelo novo coronavírus. O respirador é um equipamento essencial para tratar pessoas infectadas com o vírus e que apresentam o sintoma mais grave da doença, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com o ministério, o Ceará é um dos quatro estados que podem estar entrando numa fase de aceleração descontrolada da pandemia. O Amazonas também está nessa lista. Os outros estados são Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal.
“A gente sabe que esse número vai aumentar e que essa é uma epidemia longa. Quando a gente evolui de forma devagar, dá a impressão que tudo está bem e que podemos afrouxar as medidas de isolamento. Esse é o perigo”
Alexandre Cunha, vice-presidente da Sociedade de Infectologia do DF
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