Brasil

Secretário do Ministério da Saúde destaca medidas de relaxamento no DF

Para Wanderson Kleber de Oliveira, o relaxamento das restrições feito pelo GDF está ocorrendo de forma organizada

Correio Braziliense
postado em 11/04/2020 19:40
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de OliveiraDurante a divulgação da atualização dos dados diários sobre o coronavírus no Brasil, neste sábado, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou que as mudanças precisam de estratégia para que ocorram, liberando atividades e maior circulação em cidades onde o aumento de casos está mais lento e citou o Distrito Federal como exemplo. A estratégia seria apertar as medidas de isolamento nas cidades onde a epidemia está avançando mais e amenizar as regras em locais que iniciaram a quarentena no começo da infecção no Brasil, como o Distrito Federal, uma das primeiras unidades da federação a decretar o fechamento do comércio e restringir a circulação de pessoas e aglomerações. 

“Esperamos que o relaxamento não ocorra de forma desorganizada. O DF fez uma medida de restrição há algumas semanas, no dia 15 de março, estão observando as medidas, viram o comportamento social e estão modulando. Liberaram o sistema bancário para funcionar, com uso de álcool, máscaras. Várias feiras só tem uma entrada, com o Corpo de Bombeiros medindo a temperatura das pessoas. Se não der certo, fecha o banco de novo, se der, continua. Mas essa é uma decisão do gestor municipal, do gestor local,” completou.

O temor, em relação ao DF, é que os vírus se espalhe pelas regiões administrativas fora do Plano Piloto e no Entorno. O governo comprou 8 mil respiradores, usados nos pacientes mais graves, com insuficiência respiratória em razão da doença. Outros 7 mil serão adquiridos na próxima semana, de empresas nacionais. Outros 15 mil devem ser importados, principalmente da China. Além disso, o governo vai enviar, nesta semana, dois aviões à China para buscar máscaras. A intenção é que pelo menos 20 aeronaves sejam usadas para o transporte de 250 milhões de máscaras que serão distribuídas pelo país.
 
O Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou que as regras de isolamento devem se adequar a realidade da região e devem ser adotadas por governos municipais ou estaduais. “As medidas farmacológicas devem ser adotadas de acordo com a realidade do município afetado. Aqui de Brasília sugerimos como fazer as medidas. O tempo que vai permanecer varia de cada local, mas creio que será adotada para que seja pelo período mais curto possível, pois traz resultados amargos. O distanciamento social não deve ser relaxado em cidades como Manaus, São Paulo, Fortaleza, que é onde estamos notando esse aumento”, disse.

O estado de São Paulo segue liderando em número de pessoas contaminadas. São 8.419 casos, com 560 mortes. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 2.607 casos e 155 mortes. A situação também é crítica no Ceará, onde 1.582 pessoas testaram positivo para covid-19 e 67 morreram com a doença.

Os casos também explodiram no Amazonas, com 1.050 infecções registradas. O governo monitora também a quantidade de mortos a cada 1 milhão de habitantes. No país, a taxa de morte é de 98 pessoas para cada 1 milhão de pessoas. Em Manaus, essa taxa é de 281 casos, bem acima da média do país. Em relação ao número absoluto de infectados, o Distrito Federal aparece em 11º lugar em número de casos, com 579 pessoas infectadas e 14 óbitos. A taxa nacional de letalidade está em 5,4%, mais elevada que a registrada na China, que era de 1,5%. 

Entre as medidas que estão sendo pensadas, a mais leve é o isolamento seletivo, onde atividades econômicas funcionam, com o isolamento de grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Mas nenhum local do país deve adotar essa estratégia por enquanto, pois o pico da infecção ainda não foi atingido. O mais adequado é o distanciamento social, em que funciona apenas os serviços essenciais e recomenda-se que as pessoas devem ficar em casa. A medida mais severa é o chamado block down, que é o fechamento total, onde até mesmo acesso a serviços essenciais, como supermercados, fica restrito e a polícia é acionada para fechar cidades ou bairros, onde ninguém sai ou entra. 
 
Dados divulgados neste sábado (11), pelo Ministério da Saúde, apontam que o número de pessoas infectadas com coronavírus no país chega a 20.727. A quantidade total de mortos chega a 1.124, o que representa um acréscimo de 68 óbitos em 24 horas. Em razão do agravamento do caso em diversas regiões, o governo já pensa em elevar em 30 mil o número de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no país e recomenda o uso de máscaras por todos. 

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