Correio Braziliense
postado em 12/04/2020 04:21
Dados divulgados, ontem, pelo Ministério da Saúde, apontam que o número de casos confirmados do novo coronavírus no país chegou a 20.727. O registro de mortes foi para 1.124, o que representa um acréscimo de 68 óbitos em 24 horas. Em razão do agravamento de casos em diversas regiões, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, disse que o governo pensa em elevar em 30 mil o número de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no país. “Temos, hoje, 55 mil leitos de UTI, estamos ampliando esse quantitativo com mais pelo menos 15 mil respiradores. Isso é um terço de acréscimo de novos equipamentos e ainda com possibilidade de importações, de 10 a 15 mil respiradores. Se for possível vamos implementar ainda mais 30 mil respiradores e 30 mil leitos de UTI”.
O secretário-executivo informou, ainda, que o Brasil vai enviar cerca de 20 aviões na próxima semana à China, para trazer ao Brasil um total de 240 milhões de máscaras adquiridas no país asiático. Com a medida, o governo brasileiro quer evitar problemas com retenção de suprimentos, como ocorreu para diversos países, que tiveram suas compras bloqueadas pelos Estados Unidos.
O Brasil também busca uma rota de voo que não passe pelo solo americano. Gabbardo já disse que três rotas são analisadas, mas se recusou a detalhar o assunto, sob o argumento de que é uma informação “reservada”. Afirmou, no entanto, que o assunto tem sido tratado pelo Ministério da Infraestrutura e o Itamaraty. O governo ainda tenta comprar respiradores mecânicos na China, apesar de ter dado início à produção nacional do equipamento. Há problemas também para a aquisição de testes de Covid-19. Mais da metade dos 22,9 milhões de testes aguardados pelo governo não tem data de entrega prevista.
Isolamento
Ao mesmo tempo em que vê o número de casos subir, no entanto, autoridades de saúde avaliam a possibilidade de relaxar o isolamento em algumas regiões. A estratégia seria apertar as medidas de isolamento nas cidades onde a epidemia está avançando mais e amenizar as regras em locais que iniciaram a quarentena no começo da infecção no Brasil, como o Distrito Federal, uma das primeiras unidades da federação a decretar o fechamento do comércio e restringir a circulação de pessoas e aglomerações. Brasília, aliás, mereceu elogios do número 2 da Saúde, por manter a população em isolamento. O estado de São Paulo segue liderando em número de pessoas contaminadas. São 8.419 casos, com 560 mortes. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 2.607 casos e 155 mortes.
Os casos também explodiram no Amazonas, com 1.050 registros da nova doença. O governo monitora, também, a quantidade de mortos a cada 1 milhão de habitantes. No país, a taxa de morte é de 98 pessoas para cada 1 milhão de pessoas. Em Manaus, essa taxa é de 281 casos, bem acima da média do país. Em relação ao número absoluto de infectados, o Distrito Federal aparece em 11º lugar em número de casos, com 579 pessoas infectadas e 14 óbitos. A taxa nacional de letalidade está em 5,4%, mais elevada que a registrada na China, que era de 1,5%.
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