Brasil

Brasil ficou dependente de outros países, diz Marcos Pontes sobre Covid-19

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações visitou a UFMG, que deverá receber centro de inteligência artificial voltado para saúde

Correio Braziliense
postado em 13/04/2020 14:18
O ministro Marcos Pontes acompanhado do secretário de Estado da Saúde Carlos Amaral e a reitora Sandra GoulartO ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o astronauta Marcos Pontes, afirmou que o Brasil ficou dependente de outros países no enfrentamento à COVID-19. Ele veio à capital mineira para conhecer as ações implementadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no combate à pandemia. Junto à reitora Sandra Regina Goulart Almeida, conheceu os laboratórios do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), que desenvolvem pesquisas e também realizam exames de teste-diagnóstico para identificação da presença do novo coronavírus. 

"Ficamos na dependência muito grande de outros países para que nos fornecessem insumos para a ciência, como reagentes para testes, respiradores e equipamentos de proteção individual. Boa lição para a gente se preparar para que o enfrentamento seja feito de forma mais planejada e rápida em todo o país", afirmou.
 
Depois da visita aos laboratórios, o ministro concedeu entrevista coletiva. Ao ser questionado sobre as posições diferentes entre o presidente Jair Bolsonaro e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre o isolamento social, Pontes afirmou que o governo trabalha de forma unida. No entanto, enquanto o ministro afirma que são necessárias ações rígidas para que as pessoas fiquem em casa, o presidente tem acenado para a flexibilização.  
 
O ministro informou que, por meio de medida provisória, foram descontingenciado R$ 100 milhões para pesquisas de medicamentos, tratamentos e testes. O ministro, no entanto, não falou sobre os cortes que a área de educação, ciência e tecnologia sofreram em 2019 e nos primeiros meses de 2020. A área de ciencia e tecnologia perdeu 34,1% de recursos no primeiro trimestre de 2020 em relação a 2019. De acordo com o Portal da Transparência, os recursos caíram de  R$ 459 milhões para R$ 301 milhões.
 
O ministro disse ainda que há um grupo de pesquisa no Ministério e que ele faz parte com ministros de outros 15 países. "A ciência e tecnologia é a melhor diplomacia na Terra", disse. Explicou que em ordem e prioridade o foco do governo federal é a pesquisa de medicamentos existentes que possam tratar a COVID-19, depois o desenvolvimento de tecnologia brasileira para a realização de testes e a busca de vacinas.  
 
 

Fakenews na educação

 
O ministro foi acompanhado na visita pelo  governador Romeu Zema, que aproveitou a ocasião para dizer que não determinou a volta as aulas no estado. Fico extremamente triste de ver, como tenho acompanhado e sido alertado pela minha equipe, de vários entes, inclusive representantes do povo, de fazerem a palavra certa, eu diria, fakenews, falando que as aulas estão sendo reativadas em Minas. Não há nenhum comunicado do governo em relação a isso. O que me parece é alguém querendo holofote, alguém querendo fazer intriga para subir no palanque”, disse sem mencionar nomes.
 

Saiba Mais

Ele afirmou que as medidas adotadas pelo goveno de Minas estão no caminho certo, uma vez que o Estado tem número de mortes pela COVID-19 menor de que outros entes da federação. "O número de óbitos é  proporcionalmente inferior. Tomamos as medidas certas em momento adequado", frisou. Falou ainda de parceria com a 99 em Juiz de Fora para que as pessoas possam receber em casa medicamentos da farmácia popular. 
 
 

Inteligência artificial e saúde

 
Pontes defendeu a importância da inteligência artificial na ciência e disse que a UFMG deverá concorrer, por meio de edital público, a sediar um dos centros de interligência artificial voltado para saúde.
 
A reitora afirmou que a UFMG desenvolve 30 projetos de enfrentamento à COVID-19, como a realização de testes em sete laboratórios em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), produção de álcool em gel para hospitais, estudos econômicos sobre o impacto do novo coronavírus, entre outros. "A solução e combate à COVID-19 está na ciência", afirmou.

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