Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 04:04
Os registros oficiais de Covid-19 no Brasil representam apenas 8% do número real de casos, de acordo com projeção do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), divulgados ontem. Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes superiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde e poderiam beirar os 300 mil.O percentual de notificações está ainda mais baixo do que a média nacional em São Paulo (6,5%) e no Rio de Janeiro (7,2%) — os dois estados que reúnem a grande maioria dos casos do novo coronavírus. De acordo com a nota técnica, “o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”.
O objetivo dos pesquisadores é, justamente, alertar para a importância da testagem em massa e do fornecimento de dados mais consistentes. “O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus, mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social”, afirmou o pesquisador do Nois Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital.
Balanço
O Ministério da Saúde registrou, ontem, 105 mortes provocadas pela Covid-19 em 24 horas e 1.261 novos casos da doença. Com isso, o Brasil soma 1.328 óbitos e 23.430 pessoas infectadas. Com exceção do Tocantins, todos os estados confirmaram mortes pelo novo coronavírus. Ao comparar os estados por incidência, Amazonas lidera o ranking no país, com coeficiente de 303 doentes a cada 1 milhão de habitantes. A taxa nacional é de 111 infectados em um grupo de 1 milhão. Amapá, Distrito Federal, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro também estão no grupo de maiores incidências, com taxas 50% maiores que a média nacional.
Entre as medidas divulgadas, ontem, pelo órgão, está o contrato para aquisição de 4,5 mil respiradores, feitos no Brasil. Com a atualização, passa para 11 mil o número de ventiladores adquiridos com a produção nacional. O secretário ainda anunciou que o Senai fará o conserto de respiradores. A estimativa feita pelo ministério levantou que existem quase 4 mil equipamentos parados. (BL e MEC)
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