Brasil

Corpo removido após 30 horas

Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 04:13
Colocar em prática as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à Covid-19 é uma tarefa desafiadora para os 6% da população brasileira que vivem em favelas. O avanço do vírus nas comunidades gera a preocupação de que ocorra no Brasil o mesmo que já acontece no Equador. Na cidade de Guayaquil, corpos são abandonados nas ruas e casas.

Na cidade do Rio de Janeiro, o corpo de um morador do Morro da Providência com suspeita de Covid-19 só foi recolhido 30 horas após a morte, na madrugada de ontem (14). José Nascimento Félix tinha 40 anos e morava sozinho. O Samu atendeu a vítima e atestou o óbito, como sendo de causa indeterminada. Os moradores locais contataram, então, a polícia e o Corpo de Bombeiros, mas o corpo de José só foi recolhido horas depois pelo serviço funerário.

O Ministério da Saúde determina que o cadáver de vítimas, suspeitas ou confirmadas, da Covid-19, deve ser recolhido por uma equipe de saúde, em caso de ocorrência domiciliar. Questionada, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro explicou que “depende do caso” e não deu mais informações até o fechamento da matéria.

Aglomerações
A favela mais populosa do Brasil está no Rio de Janeiro. Rocinha conta com quase 70 mil habitantes. A segunda maior fica no Distrito Federal, mais especificamente em Ceilândia. Sol Nascente tem mais de 55 mil habitantes. A ONG Rocinha.org atua na comunidade do Rio há 12 anos e, nesse momento, tem apoiado os moradores com distribuição de kits de higiene e máscaras de proteção. A diretora social da organização, Márcia Valéria Paiva, afirmou que as aglomerações são inevitáveis. “Por menor que seja a circulação de pessoas, vai ser sempre muita gente. As casas são muito próximas, é muita gente morando num espaço só”, disse.

No DF, o Grupo Mulheres do Brasil tem acompanhado famílias das comunidades que estão em dificuldades financeiras. Líder de Igualdade Racial no grupo, Neusinha Pereira destacou que “é preciso agir com urgência para que as regiões em vulnerabilidade não sejam atingidas durante o combate à pandemia”. E completou: “Graças ao apoio de todos parceiros e colaboradores da Cufa DF (Central Única das Favelas), estamos conseguindo auxiliar famílias nas cidades Estrutural, Pôr do Sol, Sol Nascente, Samambaia, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Valparaíso e Sobradinho.”

Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro

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