Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 13:33
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou nesta quarta-feira (15) em entrevista coletiva o fato de que na noite de terça o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha anunciado a suspensão de financiamento à entidade. "Os EUA têm sido um amigo duradouro e generoso para a OMS e esperamos que continuem a ser", afirmou a autoridade, durante entrevista coletiva virtual.
Trump critica nos últimos dias o que, segundo ele, é um viés pró-China na OMS. Um porta-voz chinês, aliás, criticou a atitude americana no episódio. Ghebreyesus insistiu que a OMS mantém sua missão de "servir todas as pessoas do mundo, sem discriminar" e pediu união de todos contra a pandemia de coronavÃrus, no quadro atual. "Nosso foco agora é parar esse vÃrus e salvar vidas", afirmou.
Ghebreyesus lembrou que o trabalho da OMS durante a pandemia será revisado mais adiante, o que é parte do processo normal dos trâmites na entidade. Questionado sobre o que pode ser afetado pelo corte na contribuição dos EUA, o diretor-geral da OMS disse que isso ainda está em avaliação e evitou falar sobre valores.
O diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan, também disse que aquele não era o momento para discutir o financiamento da entidade, mas que isso será tratado com todos os paÃses oportunamente. "A prioridade agora é o coronavÃrus", resumiu.
Além disso, Ryan foi questionado por um jornalista chileno sobre a disseminação da covid-19 no paÃs. "Notamos que tem havido uma aceleração nos casos em alguns paÃses da América Latina", notou, sem citar outros casos, mas voltando a dizer que as medidas de restrição à circulação ajudam a reduzir o número de novos doentes. Em outro momento da coletiva, Ryan lembrou que as medidas de restrição à circulação de pessoas para conter a disseminação da doença cabem a cada paÃs - e que a OMS não decide, apenas orienta sobre a questão.
LÃder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove disse que a entidade recomenda que se troque a expressão "distanciamento social" por "distanciamento fÃsico", a fim de insistir na necessidade de que as pessoas mantenham conexões com parentes e amigos, com o uso da tecnologia, e também estejam atentas à saúde fÃsica e mental para enfrentar a situação.
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