Brasil

Hospital tem produção própria de EPIs

Correio Braziliense
postado em 16/04/2020 04:13




Com o consumo cada vez maior de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no combate à Covid-19, a escassez pode atrapalhar o trabalho dos profissionais de saúde. Para enfrentar essa situação alarmante e conseguir atender a demanda, funcionários do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), de Goiânia, colocaram a mão na massa para produzir protetores faciais e máscaras de proteção pessoal, em parceria com o Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

O equipamento de proteção facial é produzido por profissionais da Oficina Ortopédica do Crer que já trabalhavam na confecção de próteses. “Importante esclarecer que apenas uma parte da equipe está realizando este trabalho. Estamos com 40% da equipe em férias, para evitar a aglomeração dentro do ambiente de trabalho. Ainda temos colaboradores na produção de máscaras descartáveis e atendendo a demandas urgentes de órteses e próteses”, explica Alysson Alvim Campos, gerente da Oficina Ortopédica do Crer.

Ele conta que a iniciativa de fazer os protetores faciais surgiu a partir de uma colega, que questionou se não seria possível uma produção própria. “Ela viu que estavam sendo feitas, em alguns locais do mundo, ações para produção deste EPI para enfrentamento da Covid-19. E me perguntou: 'Não consegue fazer isso aqui?' Assim, começamos os protótipos”.

Com produção diária de 40 a 50 peças por dia, já foram produzidas 135 unidades. O número atende não só à demanda do Crer, como distribuiu peças para o Hugol e para o Hospital de Campanha de Goiânia (Hcamp), espaço exclusivo para o tratamento de pacientes com coronavírus.

Modelo
O equipamento faz parte das recomendações feitas por autoridades em saúde para a paramentação do profissional que estiver assistindo a paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19. “O protetor facial é um destes EPIs fundamentais. Ele protege toda a região do rosto de qualquer respingo. Ainda ajuda a preservar o respirador e máscara, que podem ser usados por mais tempo, uma vez que estamos com dificuldades mundiais em provimentos de EPIs para assistência em saúde”, completa.

O gerente explica que, inicialmente, para criar o modelo, buscou inspiração no Laboratório de Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). “A maior dificuldade é a disponibilidade de matéria prima. O material que consideramos ideal seria o PETG, entre 0,5 e 0,7 milímetros de espessura, mas só encontramos no mercado o de 1 milímetro. Já adquirimos todo o estoque que este fornecedor tinha”, lamenta. Segundo o gerente da Oficina Ortopédica do Crer, o material adquirido deverá ser suficiente para fazer mais de 700 unidades do EPI.



Máscaras

Outro item que está sendo produzido são máscaras de proteção facial. Essa produção, que é resultado de uma parceria entre Crer e Hugol, atende aos padrões de qualidade exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O protótipo da máscara foi validado pelo Comitê da Covid-19 das instituições, pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). A peça desenvolvida com dois materiais: TNT de gramatura 45 e SMS de gramatura 50. A máscara é montada com duas camadas de TNT e, no meio, o SMS, que tem o papel de filtrar. Ao todo, a produção é de cerca de 500 unidades por dia e obedece aos critérios sanitários necessários, como a higienização constante das pessoas que manuseiam o material.




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