Brasil

Novo ministro da Saúde quer implementar 'programa de testes'

A ideia foi lançada na primeira manifestação após ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto

Correio Braziliense
postado em 17/04/2020 07:18
A ideia foi lançada na primeira manifestação após ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do PlanaltoO novo ministro da Saúde, Nelson Teich, pretende elaborar um "programa de testes" para ampliar a quantidade de informações sobre a disseminação do novo coronavírus no País e, com isso, "conhecer a doença".

A ideia foi lançada na primeira manifestação após ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Os critérios para aplicação dos exames, porém, ainda não estão definidos, mas o plano do novo ministro é estabelecer uma política específica. "Esse programa vai ter de envolver SUS, saúde suplementar, empresariado. Tem de fazer um grande programa e definir qual a melhor forma, como fazer a amostra, que tipo de testes, se é paciente sintomático, ou assintomático", disse o oncologista. "Isso vai criar capacidade de entender o momento, a doença e a capacidade de definir ações."

Por causa da escassez de testes disponíveis, a prioridade tem sido submeter a exames apenas pacientes internados com quadro de síndrome respiratória aguda grave, além de profissionais de saúde e de segurança pública. Especialistas alertam que a subnotificação de casos de covid-19 prejudica um mapeamento preciso do quadro brasileiro. Apesar de os exames não serem colocados à disposição em massa, a equipe que está de saída do Ministério da Saúde vinha exaltando a capacidade de oferecer exames. "A questão do teste é extremamente complexa. O que o Ministério da Saúde tem conseguido é motivo de satisfação", afirmou o atual secretário executivo da pasta, João Gabbardo, na semana passada.

O jornal O Estado de S.Paulo informou que mais da metade dos 22,9 milhões de testes esperados pelo Ministério da Saúde não tem data para chegar ao País. Além disso, a pasta detectou "limitações importantes" nos 500 mil testes rápidos doados pela mineradora Vale, fabricados na China, e pediu cautela a gestores do SUS.

Informação

Ao longo do primeiro discurso, Teich insistiu que a carência de "informações sólidas" sobre a doença não permite ações efetivas para contê-la. "Como temos pouca informação, a gente começa a tratar a ideia como se fosse fato. E começa a trabalhar cada decisão como se fosse um tudo ou nada. E não é nada disso", disse. "O fundamental é que isso seja cada vez mais baseado em informação sólida. Quanto menos informação você tem, mais aquilo é discutido na emoção. Isso é ineficiente."

O novo ministro criticou a polarização entre saúde e economia nas discussões sobre a pandemia. Para ele, são complementares, que cooperam entre si. "Existe um alinhamento completo entre mim e o presidente", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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