Correio Braziliense
postado em 18/04/2020 04:04
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou ontem que vai prorrogar a quarentena até o dia 10 de maio. Segundo ele, a decisão foi amparada pelo Grupo de Contingência da Covid-19. Ao anunciar o novo prazo para o isolamento social em todo o estado, aproveitou para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro, que na quinta-feira demitiu Luiz Henrique Mandetta do comando do Ministério da Saúde depois de semana menosprezando as determinações divulgadas pelo ministro, que tinham por base as da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Aqui nós não brigamos com a ciência, e a orientação da ciência foi para prorrogar a quarentena”, disse Doria. Conforme explicou, São Paulo não toma medidas “irresponsáveis ou fundamentadas em ideologia”, mas age “conforme a ciência determina” –– acrescentou, em nova estocada em Bolsonaro.
De acordo com Doria, apesar de esforços dos governos estadual e municipais para ampliar o número de leitos, já há hospitais muito próximos do limite da capacidade de atendimento. Com o crescimento dos fluxos de pessoas que vão aos hospitais, “a atitude responsável é pela prorrogação da quarentena para evitar o colapso no atendimento de saúde pública e privada”. A determinação do Palácio dos Bandeirantes vale para todos os 645 municípios paulistas.
Doria também disse que a taxa de isolamento em São Paulo caiu nos últimos dias, para 49%, o que significa que menos da metade dos moradores do Estado respeitou a quarentena. “Pedimos que fiquem em casa por amor às suas vidas. Neste feriado prolongado de 21 de abril, fique em casa, preserve sua saúde e a saúde da sua família”, pediu o governador.
São Paulo é epicentro do novo coronavírus no país, concentrando o maior número de mortes e casos confirmados. O balanço mais recente da Secretaria Estadual de Saúde registra 853 óbitos e 11.568 pacientes diagnosticados com Covid-19. Ao todo, 1.125 pessoas estão internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Estado, que já sofrem com sobrecarga, principalmente na capital e na região metropolitana.
Contramão
No sentido oposto à determinação de Doria, a Prefeitura de Guarujá, no litoral paulista, baixou decreto, também ontem, determinando a reabertura de ao menos 66 tipos de estabelecimentos na cidade a partir da próxima segunda-feira. Além de supermercados, padarias e açougues, podem voltar a abrir as portas: lojas de compra e venda de automóveis, lojas de autopeças, escritórios de advocacia, imobiliárias, sindicatos, seguradoras, salões de beleza, barbearias e lojas de conveniência, entre outros.
O comércio que reabrir terá que cumprir regras e procedimentos preventivos ao novo coronavírus, como garantir máscaras e álcool em gel a funcionários, limitar o número de clientes no interior do estabelecimento, evitar aglomerações e filas dentro e fora das lojas e a realizar imediata higienização de máquinas de cartão de crédito e débito logo após o uso. Os funcionários também deverão proibir a entrada de clientes que não estejam utilizando máscaras de proteção.
Alguns estabelecimentos específicos, como escritórios de advocacia, só poderão atender mediante horário marcado.
2.141
é o número de óbitos causados pela Covid-19. O total de infectados é de 33.682, segundo a mais recente atualização
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