Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 19:33
Seis dias depois de ser escolhido para assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich disse que ainda está estudando a situação do novo coronavÃrus no PaÃs e que precisa de mais informações para agir. De concreto, não anunciou nada além do nome de seu novo "braço-direito", o secretário-executivo do ministério, general Eduardo Pazuello, que na realidade é uma escolha pessoal do presidente Jair Bolsonaro acatada por Teich. O novo ministro conheceu seu maior aliado no Ministério da Saúde só nesta segunda-feira, 20.
Em sua primeira entrevista coletiva, Nelson Teich, voltou a repetir hoje afirmações de seu primeiro discurso. "A gente sabe muito pouco da doença", disse o ministro. "A informação sobre a doença é crÃtica. A impressão que eu tenho é que a gente tem que ser muito mais eficiente do que é hoje. É uma corrida contra o tempo", disse o ministro.
Desde o primeiro discurso de Teich, na quinta-feira passada, até agora, os dados oficiais saltaram de 30.420 casos de contaminações para 45.757 casos nesta quarta-feira, 22. São mais de 15 mil novos casos confirmados. Sobre o número de mortos, são quase 1 mil óbitos no mesmo intervalo, saindo de 1.924 mortos para os atuais 2.906 mortos.
Em uma frase de seu discurso rápido, parecia até mesmo emular os jargões usados por Bolsonaro. "A gente tem que tentar entender melhor isso aÃ", comentou. De raciocÃnio mais conciso que o de seu antecessor no ministério, Luiz Henrique Mandetta, Teich sinalizou que prepara uma "diretriz" para que Estados e municÃpios de todo o PaÃs comecem a executar planos de retomada das atividades e econômicas, a partir da flexibilização do isolamento social, como quer Bolsonaro.
"É impossÃvel um PaÃs viver um ano, um ano e meio parado. Um programa de saÃda, isso é que a gente vai desenhar e dar suporte para Estados e municÃpios", disse o novo ministro. Ao mencionar o general Eduardo Pazuello, procurou fazer uma defesa do novo secretário-executivo. "Acredito que ele possa de verdade ajudar a criar um programa de crescimento compatÃvel com a necessidade que nós temos hoje", disse.
Daqui a uma semana, Teich se comprometeu em entregar as "diretrizes" do que será feito no PaÃs. O Ministério da Saúde, na prática, repassa orientações a Estados e municÃpios. Governadores e prefeitos têm liberdade para acatá-las ou não.
O Supremo Tribunal Federal (STF) impôs uma derrota ao Palácio do Planalto e já decidiu que prefeitos e governadores podem definir medidas de isolamento social para enfrentar a pandemia.
"O Brasil é gigante e heterogêneo. Na semana que vem, estamos entregando um modelo que possa ser usado como parâmetro", disse Teich, sem dar mais detalhes sobre o assunto. "Não tem fórmula mágica. As soluções não são boas ou ruins, são bem ou mal usadas. A situação é difÃcil, complexa, mas com certeza temos condições de passar por ela, deixar o sistema de saúde mais forte pro pós-covid."
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