Brasil

Coronavírus: Chapecoense e São Caetano sofrem com a queda de receitas

O clube catarinense anunciou, nesta quarta-feira (22/4), cortes drásticos na folha de pagamento. A situação do Azulão é bem pior

Correio Braziliense
postado em 23/04/2020 06:00
Vice da Libertadores em 2002, o São Caetano abriu mão de jogar a Série DUm foi proclamado campeão da Copa Sul-Americana em 2016. O outro, vice da Libertadores em 2002 e do Brasileirão em 2000 e em 2002. Marcados por tragédias, Chapecoense e São Caetano acusam o impacto da pandemia do novo coronavírus. O clube catarinense anunciou, nesta quarta-feira (22/4), cortes drásticos na folha de pagamento. A situação do Azulão é bem pior. O time do ABC paulista, que virou pedra na chuteira dos gigante do país no início do século, abriu mão de disputar a Série D — última divisão das quatro divisões do futebol nacional.

Rebaixada para a Série B, a Chapecoense não para de acumular prejuízos três anos depois do acidente aéreo que matou 71 pessoas. Em meio às arrastadas negociações de indenização,  a diretoria oficializou acordo para redução salarial de jogadores e comissão técnica em 25%. O pagamento do direito de imagem sofreu corte maior, de 50%. A medida foi tomada por causa da diminuição de receitas.

“A Associação Chapecoense de Futebol comunica, de forma oficial, o acordo para redução salarial de 25% na CLT para o mês de maio e 50% no direito de imagem referente a março. A medida se aplica para comissão técnica e grupo de jogadores”, diz a nota oficial do clube catarinense.

O encontro que definiu a medida contou com as presenças do presidente Paulo Ricardo Magro, do vice-presidente de futebol Cezar Antonio Dal Piva e de Pablo Dávi, vice-presidente de Marketing e Patrimônio. Os jogadores foram representados pelo capitão Alan Ruschel, pelo goleiro João Ricardo e pelo zagueiro Kadu. A Chapecoense está em férias desde 1º de abril. A pausa se estenderá, pelo menos, até o dia 30. O Campeonato Catarinense foi paralisado em 15 de março, após o encerramento da primeira fase. Após passar a maior parte do tempo na zona de rebaixamento do Estadual, o time de Chapecó conseguiu se classificar às quartas de final e, com a oitava e última vaga, enfrentará o líder Avaí.

Azulão

O drama do São Caetano é pior. Marcado pela morte em campo do zagueiro Serginho, o time abriu mão de disputar a Série D do Brasileirão devido a questões financeiras e deverá ser substituído pelo São Bernardo.

Em nota oficial, o clube do ABC lamentou a necessidade que levou à decisão e explicou que as incertezas que envolvem o futebol brasileiro e seu calendário foram responsáveis por sua desistência. “Esta foi uma medida bastante pensada e extrema, que, infelizmente, precisou ser tomada em decorrência dos problemas e de todas as incertezas que envolvem o futebol brasileiro e o seu calendário de competições”, informa o time no documento.

O São Caetano ainda afirmou que prefere “honrar compromissos” e “preservar a saúde financeira do clube” em vez de ampliar dívidas por causa da paralisação do futebol. “Queremos, desta forma, preservar a saúde financeira do clube em um momento de grande dificuldade para honrar compromissos já estabelecidos com jogadores, comissão técnica e todo o quadro de funcionários”, concluiu.

A equipe do ABC paulista integraria a quarta divisão do campeonato nacional. O São Caetano, no entanto, já esteve entre os grandes clubes do Brasil. Em 2000 e 2001, por exemplo, terminou o Campeonato Brasileiro na segunda colocação - perdeu a decisão para o Vasco e Athletico-PR, respectivamente. Em 2002, chegou à final da Copa Libertadores. Na ocasião, foi derrotado pelo Olímpia, do Paraguai. 


Impasse para a volta do futebol

Jogador que não se sentir seguro para voltar ao trabalho no Brasil pode se recusar a treinar e entrar em campo. A CBF, as federações, as TVs e os clubes discutem há duas semanas a possibilidade da retomada do futebol sob o prisma financeiro das competições. De acordo com advogados trabalhistas com foco em atividades esportivas, no entanto, um atleta de qualquer modalidade pode se valer do “direito de resistência ao trabalho” para não se expor ou correr risco de morte enquanto não se sentir à vontade em relação a problemas ambientais e naturais, como uma pandemia.

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