Brasil

Conselho de Medicina não recomenda, mas libera uso de hidroxicloroquina

Representantes do órgão regulador participaram de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e informaram não haver evidências científicas contra a Covid-19

Correio Braziliense
postado em 23/04/2020 13:41

Bolsonaro com cloroquinaEm reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (23/4), o Conselho Federal de Medicina (CFM) disse “não haver evidências científicas” para recomendar o uso de hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. A manipulação do medicamento tem sido defendida publicamente pelo chefe do Executivo como uma solução para o tratamento da doença. 

 

No entanto, a substância foi liberada pelo órgão mediante três situações específicas. Quando o paciente está em estado grave, respirando por aparelhos em uma UTI e já com lesão pulmonar identificada. Também está permitida a aplicação em pacientes leves, desde que descartada a possibilidade do paciente estar infectado por influenza A ou B, dengue, ou H1N1. A última alternativa é a aplicação em pacientes com sintomas de Covid-19, em um momento específico de réplica viral. Nos três casos, a autorização do paciente ou de familiares é obrigatória. 

 

Saiba Mais

O presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto, explicou que, apesar de ser uma droga amplamente utilizada para tratamento de outras doenças há mais de 70 anos, não existe no caso da Covid-19 nenhum estudo randomizado, ou seja, quando se analisa a eficiência do medicamento comparando um grupo que fez uso dele e outro que não fez.  

 

“O que estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto com seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar essa droga. Uma autorização. Não é recomendação", disse Britto. Esta autorização foi dada a partir de estudos observacionais que, apesar de não ter valor científico, servem como base em momentos de emergência de saúde, como é o caso da pandemia. 

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