Correio Braziliense
postado em 23/04/2020 19:29
Após uma manifestação de apoio ao presidente Bolsonaro pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), uma das principais entidades do agronegócio brasileiro, realizada nesta quinta-feira (23/4), o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi se posicionou contra o ato.
De acordo com ele, não é papel de uma entidade que representa toda uma categoria esse tipo de postura. Para o ex-ministro, uma associação não pode se manifestar para apoiar governo, independente da sua cor ou ideologia.
A associação é representante de mais de 240 mil agricultores em 16 estados e disse que o apoio a Bolsonaro é ainda de antes das eleições presidenciais, quando o então candidato demonstrou "compreensão com a elevada importância do setor primário e assumiu publicamente o compromisso de valorizá-lo no seu papel de grande responsável pela geração de divisas e empregos diretos e indiretos que ao longo dos anos transformou um país importador em um dos maiores exportador de alimentos do mundo".
Nesta quinta, a Aprosoja afirmou que neste momento, em que o mundo atravessa uma das maiores crises, " a única forma de enfrentá-la por meio da união em torno de um projeto de retomada do crescimento e fazendo reformas legais que o país precisa para se modernizar". Veja um trecho da nota:
"Por isso, conclamamos as lideranças do Congresso Nacional a deixar de lado as diferenças políticas e trabalharem as divergências de pensamento na direção de consensos, mas sempre para atingir o objetivo do que for melhor para o Brasil, ouvindo as posições da sociedade.
O setor agrícola brasileiro está sendo e será protagonista nas ações concretas para atenuar os efeitos da crise, recuperar a economia e postos de trabalho e tirar o Brasil da crise pós COVID-19. O agro seguirá atuando através da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com organização e ordem para o progresso do país".
O setor agrícola brasileiro está sendo e será protagonista nas ações concretas para atenuar os efeitos da crise, recuperar a economia e postos de trabalho e tirar o Brasil da crise pós COVID-19. O agro seguirá atuando através da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com organização e ordem para o progresso do país".
Brasil x China
Em um áudio que circulou recentemente nas redes sociais, o ex-ministro também falou sobre fake news propagadas contra a China. “Principalmente, no agronegócio nós dependemos das vendas que fazemos para eles. Se parar de circular as mercadorias entre o Brasil e a China, você pode fechar a agricultura. Mato Grosso passa uma cerca ao redor e vamos embora, não sei pra onde, porque não vai ter dinheiro pra ir embora. Então, meu amigo, não dá para ficar desacatando aquele que é seu maior cliente”, disse Blairo Maggi.
Saiba Mais
No áudio, Blairo Maggi fala que a pandemia do coronavírus tem deixado uma lição. "O coronavírus está mostrando que sem negócios, sem empresas, não existe emprego, não existe renda. Nós temos que defender o nosso país e não ficar se aliando automaticamente ao que os outros pensam".
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