Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 09:13
A Prefeitura de São Paulo divulgou um plano de emergência para o serviço funerário que busca evitar o colapso no sepultamento de corpos diante do avanço de mortes pelo novo coronavírus. Entre as medidas anunciadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) há a abertura de 13 mil covas. Os casos de Covid-19, a partir de sábado, deixam ainda de ter velório comum.Ainda de acordo com Covas, há a previsão de contratação de 220 coveiros e a aquisição de 32 carros para a frota do Serviço Funerário. Também serão compradas 38 mil novas urnas funerárias, 15 mil sacos reforçados para transporte dos corpos e 3 mil equipamentos de proteção para os funcionários dos cemitérios. O prefeito afirmou também que 13 mil valas poderão ser abertas. O cenário em que os técnicos da Prefeitura trabalham é que o número de sepultamentos diários na cidade, que nesta época do ano é de cerca de 240 por dia, passe já nos próximos dias para 400 cerimônias.
Nesse cenário, a Prefeitura passará a veicular uma nova campanha publicitária em que será citado o que ocorreu há alguns dias em Guayaquil, no Equador, em que corpos foram deixados na rua por falta de capacidade do serviço funerário de fazer muitos sepultamentos ao mesmo tempo. A mensagem dirá que a prevenção a esse quadro passa pelo respeito ao isolamento social. "Temos de nos preparar para os piores cenários. Se necessário, esperamos ter capacidade para trabalhar 24 horas. Mas insistimos que a população deve ficar em casa", disse Covas.
A taxa no estado de São Paulo, nesta quarta-feira, ficou em 48% e acendeu um "sinal amarelo" no governo estadual. O prefeito também afirmou que o telefone 156 estará disponível para atendimento funerário. Ele também anunciou um crédito suplementar de R$ 40 milhões para o Serviço, o que pode ampliar a capacidade de 240 para 400 sepultamentos diários.
O plano prevê níveis de medidas a serem adotadas de acordo com os cenários da evolução da Covid-19 na capital. Há ações de contingência até para o caso de haver colapso em outros municípios da região metropolitana. O temor é a ocorrência na cidade de cenas como as vistas no Amazonas, onde corpos chegaram a ficar nos leitos hospitalares, ao lado de pacientes, com as equipes de sepultamento sobrecarregadas. Durante a crise, o monopólio municipal será quebrado, de forma que empresas terceirizadas poderão realizar o serviço diretamente com os familiares das vítimas, sem necessariamente ter de passar pelo serviço público.
Sem velório
A Prefeitura informou ainda que estarão suspensas, a partir de sábado, todas as cerimônias de velórios para as vítimas da covid-19. As homenagens poderão ser feitas em estruturas próprias dos cemitérios, próximas das sepulturas.Ao todo, a cidade está abrindo 13 mil covas nos três principais cemitérios da cidade (Vila Formosa, na zona leste, Vila Nova Cachoeirinha, na norte, e São Luís, na sul). O jornal O Estado de S. Paulo apurou que no Cemitério da Lapa covas já foram liberadas e famílias foram notificadas para buscar os restos mortais de parentes. No Cemitério do Lajeado, na zona leste, há tratativas de liberação do terreno para abertura de mais covas.
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Coveiros
"Os nossos trabalhadores já estão em uma exaustão tremenda. Quem vai treinar esses 200 trabalhadores?", indaga João Batista Gomes, secretário do Sindsep. Ele também questiona a ideia de abrir os cemitérios à noite, pela falta de segurança.Notícias pelo celular
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