Brasil

Coronavírus: mãe vive desespero com dois filhos retidos na Austrália

Jovens estavam trabalhando no país, mas, com a crise, estão desempregados, com recursos no fim e sem chance de voltar

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 18:46
Os irmãos Davi e Lucas, que estão na AustráliaO sonho dos filhos era trabalhar no exterior. E Davi e Lucas Galvão Latini, respectivamente com 22 e 27 anos, voaram para Sydney, na Austrália, em agosto do ano passado, para ganhar experiência internacional. Aceitaram trabalhar na construção civil. Agora, com a crise do Coronavirus, estão desempregados e não sabem quando poderão voltar ao Brasil

A professora de educação física Ana Paula Galvão, de 50 anos, mãe dos rapazes, agora vive um drama, pois os dois não conseguem retornar ao Brasil, e, pior: estão quase sem recursos para se manterem e está cada vez mais difícil, ajudá-los.

Ana Paula conta que os filhos compraram passagem de retorno, Sydney-São Paulo, para o dia 3 de maio, mas que ontem foram comunicados de que a viagem estava cancelada. O fato a revoltou. “A Latam vende as passagens, que só podem ser compradas à vista. Não estão vendendo a prazo. Mas agora, cancelam e não falam mais nada. Nem falam em nova data, nem em ressarcimento.”

Saiba Mais

Ana Paula denuncia também o descaso do Governo Brasileiro para com quem está no exterior, tentando voltar durante a pandemia. “Houve um voo de repatriação de brasileiros, no mês passado. No entanto, muitos brasileiros ainda estão na Austrália. O Itamaraty fala que são 300, mas temos notícia de que são muito mais. E sequer falam em um segundo voo de repatriação.”

O problema maior, segundo Ana Paula é que o dinheiro dos filhos está acabando. “Eles alugaram um apartamento e, como a viagem de volta seria no dia 3 de maio, acertaram de sair no dia 2. Agora, não têm mais onde ficar. Nem eles e nem o amigo que está com eles. Estamos ajudando daqui, mas agora vai ficar difícil, pois o dinheiro está acabando e o dólar, disparando. Gostaria que o Itamaraty olhasse para esses casos com um pouco mais de empatia. São brasileiros em situação de emergência do outro lado do mundo.”

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