Correio Braziliense
postado em 28/04/2020 15:20
PaÃses terão de conviver por até dois anos com a retomada de ações de isolamento social, para evitar uma explosão de casos de covid-19. Esse é o prazo médio estimado para que ocorra uma imunização em grande escala da população. A opinião é do médico e vice-diretor da Organização Pan Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, convidado desta terça-feira, 28, da série Estadão Live Talks. A Opas é ó braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas.
"Os mais otimistas falam em desenvolver uma vacina até o final do ano. Mas até vacinar, estamos falando de 2 anos em que vamos ter perÃodos de relaxamento maior, monitoramento, e, se necessário, voltar atrás. Para evitar explosão de casos, como já ocorreu", disse Barbosa.
O médico afirmou que é difÃcil apontar uma data para flexibilizar medidas de distanciamento social no Brasil. O importante, disse, é ter certeza de que a transmissão do vÃrus está diminuindo "de maneira consistente" e que há leitos suficientes para atender a população antes desta decisão.
"Máscaras caseiras podem ajudar, mas não são uma solução mágica. Não podem substituir outras medidas que estão sendo recomendadas", declarou.
Politização
Questionado sobre preocupações da Opas em relação ao Brasil, Barbosa disse que a organização não trata de casos especÃficos de paÃses, mas afirmou que "recomendações não mudam ao sabor da polÃtica".
Segundo o médico, todas as evidências apontam prejuÃzos em relaxar o distanciamento social em locais de aumento da transmissão do vÃrus, como o Brasil. "Até agora, foi a receita do fracasso. Levou a UTIs superlotadas, a pessoas perderem a vida", disse.
Barbosa afirmou ainda que é importante ter boa coordenação entre autoridades de saúde e transmitir informações claras à população sobre o distanciamento social. "Adesão das pessoas a medidas drásticas, com de distanciamento social, só ocorre se houver informação clara sobre o que está acontecendo, objetiva, sobre quais são os riscos, e que haja compensações financeira e social."
Teste rápido
O vice-diretor da Opas afirmou que testes rápidos são contraindicados para diagnóstico em massa da população.
O produto, segundo o médico, serve como ferramenta de auxÃlio em pesquisas sobre porcentual de exposição de determinado lugar ao vÃrus.
"Teste rápido para fazer diagnóstico é absolutamente contraindicado. É sim recomendado para, depois, procurar na população quem já tem anticorpo contra o vÃrus. Para fazer estudo, sim, é válido", disse.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.