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Coronavírus: taxa de contágio no Brasil é a maior em 48 países

A avaliação feita por pesquisadores do Imperial College, de Londres, estima, ainda, que mais 5,6 mil mortes são previstas para a próxima semana

Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 20:00
A avaliação feita por pesquisadores do Imperial College, de Londres, estima, ainda, que mais 5,6 mil mortes são previstas para a próxima semanaCom maior taxa de contágio do novo coronavírus, o Brasil deve ultrapassar 10 mil mortes na próxima semana. A previsão é do estudo epidemiológico do Imperial College, de Londres, que acompanha a evolução da pandemia em 48 países. De acordo com o novo relatório, divulgado nesta terça-feira (28/04), a tendência de crescimento da infecção entre os brasileiros tem potencial para fazer mais 5,6 mil vítimas ainda nos primeiros dias de maio. 

Isso porque a capacidade de transmissão do vírus é considerada “muito alta” ao colocar os números em um modelo matemático elaborado pelo estudo, que é considerado um dos mais confiáveis entre as áreas científicas. Somente os Estados Unidos também foi enquadrado nesse perfil e é o único a superar a expectativa de mortes: 13 mil. 

No entanto, enquanto o país norte americano já caminha para uma fase de estabilização da doença, o Brasil está com a transmissão em alta. O cálculo é de um brasileiro doente infectando quase outras três pessoas, já que o indicador de propagação ficou em 2,81. 

Comparando com outros países, o Brasil é seguido pela Irlanda (2,24), México (1,95), Polônia (1,78) e Peru (1,55). Quanto maior esse número, mais rápido a doença se espalha entre a população. 

Para fazer o modelo matemático, os pesquisadores se baseiam no número de óbitos pela doença, já que este é o dado que mais se aproxima da situação real de um país frente à Covid-19. É considerado um atraso de dez dias, já que as estimativas refletem o contexto no período de infecção dos óbitos. Todos os países que tinham mais de 100 mortes nos sete dias anteriores à publicação e que registraram pelo menos dez fatalidades nas duas semanas precedentes foram incluídos na análise. 

Subnotificação

Saiba Mais

Além de prever o cenário de alastramento da doença no Brasil, o estudo coloca o país entre os que possuem mais subnotificações de infectados pela Covid. Também levando em consideração os óbitos, os estudiosos fizeram uma fórmula matemática tendo como base a taxa de mortalidade mais fidedigna de outros países que fizeram maior número de testagens. Quanto maior a discrepância entre a taxa de mortalidade divulgada e a estimada, maior o grau de subnotificação. 

Apenas 10,4% do total de infectados está sendo notificado, estima o relatório. Somente outros cinco países estão piores nesse quesito: Hungria (10,3%), França (9,5%), Bélgica (9%), Suécia (7,3%), México (5,8%). Já Israel é a única nação com os números compatíveis com a realidade (100%), na frente da Arábia Saudita, com 92,3%. 

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