Brasil

Maior taxa de contágio

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 04:03
Com maior taxa de contágio do novo coronavírus, o Brasil deve ultrapassar 10 mil mortes na próxima semana. A previsão é do estudo epidemiológico do Imperial College, de Londres, que acompanha a evolução da pandemia em 48 países. De acordo com o novo relatório do centro de referência global em epidemiologia, a tendência de crescimento da infecção entre os brasileiros tem potencial para fazer mais 5,6 mil vítimas ainda nos primeiros dias de maio.

Isso porque a capacidade de transmissão do vírus no Brasil é considerada “muito alta” ao se colocar os números em um modelo matemático elaborado pelo estudo, considerado um dos mais confiáveis entre as áreas científicas. Somente os Estados Unidos também foram enquadrados nesse perfil. O país é o único entre os 48 avaliados a superar a expectativa de mortes: 13 mil.

No entanto, enquanto o país norte-americano caminha para uma fase de estabilização da doença, o Brasil mantém a transmissão em alta. O cálculo é de um brasileiro doente infectando cerca de três pessoas, já que o indicador de propagação ficou em 2,81.
No relatório, o Brasil é seguido por Irlanda (2,24), México (1,95), Polônia (1,78) e Peru (1,55). Quanto maior esse número, mais rápido a doença se espalha entre a população. Para fazer o cálculo, os pesquisadores se baseiam no número de óbitos pela doença, já que este é o dado que mais se aproxima da situação real de um país frente a Covid-19. É considerado um atraso de dez dias para que a estimativa reflita o contexto no período de infecção dos óbitos.

Todos os países que tinham mais de 100 mortes nos sete dias anteriores à publicação e que registraram pelo menos dez fatalidades nas duas semanas precedentes foram incluídos na análise.

Subnotificação
Além de prever o cenário de alastramento da doença no Brasil, a pesquisa coloca o país entre os que mais possuem subnotificações de infectados pela Covid. Também levando em consideração os óbitos, os estudiosos elaboraram uma fórmula matemática tendo como base a taxa de mortalidade mais fidedigna de outros países que fizeram maior número de testagens. Quanto maior a discrepância entre a taxa de mortalidade divulgada e a estimada, maior o grau de subnotificação.

Apenas 10,4% do total de infectados no país estão sendo notificados, estima o instituto London College. Somente outros cinco países estão piores do que o Brasil nesse quesito: Hungria (10,3%), França (9,5%), Bélgica (9%), Suécia (7,3%), México (5,8%). Já Israel é a única nação com os números compatíveis com a realidade (100%), na frente da Arábia Saudita, que notifica 92,3%.

O Brasil, assim como Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia, vê a curva da pandemia em trajetória ascendente. Já na Itália, França, Espanha e República Dominicana, a transmissão vem caindo gradualmente. (BL e MEC)

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