Correio Braziliense
postado em 02/05/2020 15:54
A Justiça Federal do Rio intimou o Ministério da Saúde a substituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso por omissão no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Na decisão do último dia 30, a juíza Carmen Silvia Lima de Arruda, da 15ª Vara Federal, acusa a direção da unidade de negligência na criação de um plano de contingência e pede que o ministério diga como o hospital - e outras unidades de saúde federais - deve proceder em relação aos equipamentos ociosos. A magistrada afirma que há 30 leitos de UTI prontos e 14 respiradores parados no Hospital de Bonsucesso, sob alegação de falta de pessoal, muitas vezes dispensados sem a realização de testagem para a doença. Enquanto isso, há quase mil pacientes na fila de espera por um leito, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
No último dia 22 de abril, a juíza havia determinado que todos os hospitais federais do Rio - Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores - passassem a ceder seus leitos livres por meio do Sistema Nacional de Regulação.
O processo foi aberto pela Defensoria Pública da União. Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira, 5, quando o Estado do Rio deverá apresentar o resultado de auditorias nos demais hospitais e institutos federais, com indicação da quantidade de leitos vazios e da quantidade de respiradores disponíveis.
A juíza também intimou o Comandante do Comando Militar do Leste a apresentar um relatório detalhando os insumos e outros itens necessários à abertura de hospitais de campanha, com cronograma de detalhado. Além disso, deverá informar se houve óbitos de soldados e tropa do Rio de Janeiro com a covid-19.
Ela requer ainda que os diretores dos hospitais do Exército, Marinha e Aeronáutica esclareçam se estão sendo realizadas cirurgias eletivas nestes hospitais, se há pacientes internados com a doença, se houve mortes, quantos leitos estão preparados para atendimento de pacientes com o novo coronavírus e qual a sua taxa de ocupação.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) procurou o Ministério da Saúde e aguarda o retorno.
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