Brasil

Coronavírus: ONGs se unem para levar comida a pessoas em situação de rua

Marmitas chegam no fim de semana, quando os restaurantes populares não abrem, e cestas básicas aliviam necessidade das famílias mais carentes

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 15:53
As marmitas são entregues a pessoas em situação de rua durante o fim de semanaA população carente é a mais atingida pelo avanço da pandemia do novo coronavírus, isso porque, muitas vezes, essas pessoas não têm acesso a cuidados e serviços básicos. A doação de alimentos se torna primordial quando se trata de sobreviver durante um período tão difícil. Diversas ONGs e projetos sociais se juntaram em Belo Horizonte, através do projeto Rede Solidária para fazer coletivamente a entrega de marmitex para moradores de situação de rua e cestas básicas para famílias de baixa renda.

A Rede Solidária foi criada pela ativista Daiane Dias com o intuito de fortalecer outros projetos sociais, sendo um pilar para outras instituições. O projeto está sendo responsável pela união de diversos voluntários de diferentes ONGs nas nove regionais da capital mineira. “Com a pandemia do novo coronavírus, tivemos que parar nossas reuniões para evitar aglomeração. Foi quando eu percebi, que os projetos que antes distribuiam alimentos para moradores em situação de rua tinham parado de funcionar. A solução foi usar a rede para juntar cerca de 15 instituições. A partir daí,  colocamos dois responsáveis em cada regional. Assim, conseguimos distribuir mais de 5 mil marmitex durante os finais de semana”, conta Dai (como é conhecida). 

Daiane conta que a prefeitura de Belo Horizonte cedeu um espaço no Mercado da Lagoinha para a fabricação das marmitas. Hoje a Rede Solidária conta com cerca de 250 voluntários que durante os finais de semana se dividem na preparação e entrega dos alimentos. “É difícil, a população de rua não é assistida, mesmo sabendo que os projetos juntaram forças, a gente sabe que não é fácil”, conta. “Eu sei que todos se sentem agradecidos, é muita gratidão que a gente recebe. Mas eu percebi, durante essa pandemia, que a fome desespera as pessoas. Veja, uma pessoa tem sua última refeição meio-dia de uma sexta-feira pelos restaurantes populares, quando chegamos já é meio-dia de sábado. Elas estão famintas”, explica. 

As marmitas que são entregues por toda a cidade trazem uma surpresa a mais. Junto com a refeição, um pequena porção de ração para cachorros é entregue para os melhores amigos e companheiros dos moradores em situação de rua. Os cães, que muitas vezes não têm o que comer, também estão sendo assistidos pela rede solidária. “A ideia veio de uma voluntária de uma das instituições. Então, começamos a arrecadar dinheiro para também comprar as rações”, conta Dai. 

As cestas básicas vão para famílias mapeadas por dados de várias ONGs de BH

O grupo também entrou em parceria com lideranças de três comunidades: Morro do Papagaio, Taquaril e a  Pedreira Prado Lopes. Foi feito, através da união de forças, um mapeamento de pessoas em situações precárias, famílias que não conseguiram o auxílio de cestas básicas do governo, desempregados e autônomos. A partir disso, foram distribuídas cestas básicas. A ajuda movimenta os pequenos comércios dentro das comunidades. Isso porque, os alimentos são todos comprados nas favelas e distribuídos dentro do local. 

Para doar e se voluntariar para a Rede Solidária basta acessar a página do Instagram (@redesolidaria). O projeto também está recebendo doação de alimentos no Mercado da Lagoinha. O horário de funcionamento é de 8h às 18h, de segunda a sexta. 
 
 

Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas 


O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) organiza várias famílias sem-teto no país inteiro para lutar pelo direito de morar dignamente.  Durante a pandemia do novo coronavírus, a organização está fazendo uma campanha de arrecadação financeira em vários estados para a compra de cestas básicas e materiais de limpeza para as famílias assistidas pelo movimento. 

A maioria dessas famílias são chefiadas por trabalhadores informais e, por isso, são as primeiras a sofrerem as consequências econômicas da quarentena decretada devido à crise do coronavírus. 

Em Minas Gerais foi organizada uma vaquinha online para receber doações. Alimentos podem ser entregues nos seguintes endereços:

Ocupação Carolina Maria de Jesus: Rua Rio de Janeiro, 109, Centro e Creche Tia Carminha (Ocupação Eliana Silva): Avenida Perimetral, 154, Vila Santa Rita, Região do Barreiro.

Além disso, o movimento também está arrecadando por depósito ou transferência bancária: Caixa Econômica | Agência: 0081 | Operação: 013 | Poupança: 66148-5 |Titular: Manoel Inacio Vieira | CPF: 120.732.696-80


Colaboração do leitor


Saiba Mais

O Estado de Minas pediu a ajuda dos leitores para a construção dessa reportagem e solicitou,por meio de um story da nossa conta oficial no Instagram que indicassem instituições que estão recebendo doações de alimentos e cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. A campanha Quero Ajudar, Uai! vai se repetir toda semana, sempre pelo Instagram do Estado de Minas.
Dessa forma, leitores de todo o estado podem contribuir com sugestões e doações, ajudando a tornar melhor a vida de quem mais precisa. 

Veja a lista de entidades indicadas por leitores para receber doações de alimentos: 

  • Transforma BH - Belo Horizonte
  • Projeto Com Paixão - Belo Horizonte
  • Amor Que Não se Mede - Belo Horizonte
  • Almoço do Bem - Belo Horizonte
  • Sopão Solidário - Belo Horizonte
  • Projeto Resgatai - Belo Horizonte
  • Macarronada Solidária - Belo Horizonte
  • Vingadores do Bem - Belo Horizonte
  • Casa da Sopa Jesus de Nazaré - Esmeraldas
  • Asilo São José - Bom Despacho
  • ONG Metástase do Amor - Bom Despacho
  • Movimento de Luta dos Bairros - Montes Claros
  • ONG Amigos de Minas - Ribeirão das Neves

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