Brasil

Teich admite "lockdown" no Brasil em regiões mais afetadas pelo coronavírus

Ministro da Saúde explicou como pretende organizar planos para diferentes regiões no Brasil, pediu cooperação de estados e municípios e entendimento político

Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 19:19
Ministro da Saúde explicou como pretende organizar planos para diferentes regiões no Brasil, pediu cooperação de estados e municípios e entendimento políticoO Ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu nesta quarta-feira que algumas regiões do Brasil podem ter que aderir ao isolamento mais drástico, chamado de ‘lockdown’. Segundo ele, o número de casos do novo coronavírus (COVID-19) no país ainda está se agravando e requer cuidado.

Segundo Teich, as medidas menos ou mais rigorosas dependerão da região e dos índices de contaminação e infraestrutura. “Quando falamos em isolamento e distanciamento, existem vários níveis. O que é importante é que saibamos que não existe uma defesa do isolamento ou do não isolamento. Você vai ter vários níveis, desde medidas simples como a lavagem das mãos, os cuidados, um distanciamento pequeno, até o lockdown. O que é importante é que cada lugar vai ter sua necessidade. Vamos mapear. Hoje os estados e as cidades estão mapeando isso”.

“Quais as condições dos casos novos, da infraestrutura para atender. Temos uma matriz desenhada, parecida com o que foi feita fora (do país). Você conta os casos novos, a infraestrutura, a evolução e, a partir daí, você define em qual situação aquela região está. Depois, dependendo da situação, você aplica um modelo de distanciamento. Não é uma política de a gente ser contra ou a favor do isolamento. É fazer o que é certo no lugar certo. Vai ter lugar que vamos recomendar um lockdown, em outros existe situação em que te permite tentar alguma coisa (mais flexível)”, explicou Nelson Teich.

Teich explicou que o Ministério da Saúde já tem diretrizes prontas para serem aplicadas em cada uma das regiões mapeadas. “Nossa diretriz já está pronta. É só definir como e a hora de apresentar. Qualquer cidade, região, que queira discutir com a gente, estamos abertos a conversar. O ideal é que essa proposta saísse mais Brasil que Ministério da Saúde. Mas já está pronto. Só estamos tentando enxergar a melhor hora. Para nós, é muito importante que seja tratado como estratégia de um país inteiro. Seja visto como um trabalho das três esferas. Estamos só precisando acertar isso para colocar de forma pública. Mas já existe”.

O ministro revelou que pretende diferenciar cada espaço no país com suas características próprias e adotar medidas que forem mais adequadas para cidades, estados ou regiões. “A aplicação vai acontecer de acordo com a região. Como, hoje, não temos evidência de que nossa curva esteja numa descendente, também temos tempo para trabalhar isso. Tem que ser mais ajustado quando você não tem uma curva favorável, descendente”, acrescentou.
Não envolver política no meio
O ministro ainda pediu entendimento dos governantes em relação às normas a serem sugeridas pela pasta. Sua preocupação é evitar conflitos políticos entre o governo federal, estados e municípios.
 

Saiba Mais

“Mais uma vez, o que eu peço, é que não transformamos uma política que tem que ser desenhada para tentar flexibilizar o dia a dia das pessoas com uma disputa política, um tudo ou nada. Nunca é isso. Nunca vai ser isso. É diferente e temos que ter a tranquilidade de saber que qualquer medida que tomarmos, qualquer direção é revista o tempo todo”, argumentou Teich.

“O mais importante agora é que tenhamos, de verdade, uma forma de conduzir de cooperação. Se você acha que estou fazendo alguma coisa que poderia ser melhorada, dá uma sugestão. Vamos buscar melhorar. Fazer disso uma briga, uma crítica, não vai levar a nada neste momento. O que menos a gente precisa é mais confusão, mais conflito, mais desgaste”, finalizou.

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