Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 11:11
O Ministério Público do Rio de Janeiro está nas ruas, na manhã desta quinta-feira (7/5), para cumprir cinco mandados de prisão contra acusados de integrar uma organização criminosa envolvida na compra de respiradores pelo Estado. Os equipamentos são essenciais para a rede de Saúde durante a pandemia de coronavírus. Além das prisões preventivas, 13 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços da capital fluminense.A organização criminosa teria sido estruturada para conseguir vantagens em contratos emergenciais, aqueles sem necessidade de licitação, em meio ao cenário de pandemia. A operação desta manhã foi batizada de Mercadores do Caos.
Como a investigação é sigilosa, o MP não deu mais detalhes - como o nome dos envolvidos. No dia 15 de abril, contudo, o órgão anunciou que investigaria o grupo e chegou a especificar o que via de irregular até aquele momento. Havia indícios de um superfaturamento de cerca de R$ 4,9 milhões, já que 50 respiradores tinham sido comprados por R$ 9,9 milhões, preço que seria o dobro do valor de mercado.
Os equipamentos foram comprados junto à empresa A2A Comércio Serviços e Representações LTDA, que, segundo os investigadores, não é especializada na área. Cada equipamento custou R$ 198 mil, "mais que o dobro de seu preço no mercado brasileiro". Os indícios de irregularidades foram apontados em reportagem do Blog do Berta, que cobre especificamente o Rio de Janeiro.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, naquela ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde informou que afastou temporariamente o subsecretário executivo de Saúde, Gabriell Neves. "Esta medida tem o objetivo de assegurar que os processos de auditoria externa possam ocorrer sem qualquer tipo de suspeição ou interferência", disse a pasta.
"Além disso, por decisão do governador Wilson Witzel e do secretário Edmar Santos, (a secretaria) abriu auditoria permanente para acompanhar todos os contratos realizados pela pasta durante o período de estado de emergência. Nesse processo, foi solicitado que a Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Ministério Público e Controladoria Geral do Estado acompanhem e auditem as contratações de bens e serviços realizadas especificamente para o enfrentamento do coronavírus no Estado", complementou a secretaria.
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