Brasil

Concluído há 15 dias, primeiro hospital de campanha da União segue fechado

Até hoje, governo federal não fez a transferência de gestão ao governo de Goiás, que estima que precisará de mais 15 dias para colocar a unidade em funcionamento

Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 21:58
Até hoje, governo federal não fez a transferência de gestão ao governo de Goiás, que estima que precisará de mais 15 dias para colocar a unidade em funcionamentoO primeiro hospital de campanha do governo federal para atender pacientes com a covid-19 segue fechado cerca de 15 dias após a construção ter sido concluída. A unidade fica em Águas Lindas, Entorno do DF, e sofre com um impasse burocrático entre o governo federal e o governo do Estado de Goiás, que é quem fará a gestão do hospital. O estado aguarda a transferência da gestão pelo Ministério da Saúde, mas isso ainda não aconteceu.

Ao Correio, o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, explicou que depois de passada a gestão ao governo estadual, será preciso de aproximadamente 15 dias para a unidade iniciar o funcionamento. O prazo contabiliza uma semana para a contratação da Organização Social (OS) que irá gerir o hospital e outra semana para a entidade contratar pessoal e dar início à operação.

Enquanto o imbróglio relativo à transferência do governo federal ao estadual não se resolve, o local passa por limpezas diárias de manutenção, para tirar grilos, pernilongos, e a poeira que se acumula nos 200 leitos para atender pessoas durante a pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (7), Ministério da Saúde confirmou 9.146 óbitos por covid-19 e 135.106 casos. A região do Entorno possui 1,5 milhão de habitantes e nenhum leito de UTI.

A construção ficou por conta do Ministério da Infraestrutura e foi finalizada no dia 22 de abril, segundo o órgão, com a previsão de custo anunciada pelo governo de R$ 10 milhões. A reportagem apurou que a finalização foi no dia 23, apenas um dia após o prazo estipulado. Na ocasião, houve uma visita técnica, na qual foram solicitadas algumas pequenas alterações, feitas no dia seguinte.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que irá enviar ainda nesta semana um ofício "para que o governo de Goiás providencie os recursos necessários para o pleno funcionamento do hospital de campanha, que não estão inclusos no contrato". No início da semana, o Ministério da Infraestrutura havia informado que a expectativa era de que os trâmites quanto ao repasse de gestão a Goiás fosse concluídos nesta semana.

Apesar de já terem sido instalados os postes de energia elétrica, a unidade ainda não possui uma subestação. Isso ainda precisa ser autorizado pelo governo federal. 
Dependendo do tipo de obra, a construção pode levar de dois dias a uma semana, em média. No entanto, caso seja necessário, poderão ser utilizados os seis geradores, que foram colocados para uma emergência (como queda de energia), mas poderiam funcionar 24 horas.

MPF

Deputados federais da bancada do PSOL na Câmara enviaram uma representação à Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), para que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado por  possíveis atos de improbidade administrativa pelo atraso da abertura do hospital. 

Saiba Mais

Na semana em que a construção foi iniciada, o presidente fez uma visita no local com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o governo de Goiás Ronaldo Caiado (DEM). Na ocasião, Bolsonaro não falou com a imprensa. Na semana passada, ele citou o hospital de campanha em uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook ao falar sobre as ações que cabem ao governo federal no combate à pandemia. 

"Estive aqui há duas semanas no hospital de campanha de Águas Lindas. Acabou de ser concluído. Estive lá com o governador Ronaldo Caiado, com o prefeito local (Hildo do Candango). Foi inaugurado. Então, está em condições de atender possíveis infectados que tenham sintomas", afirmou.

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