Brasil

Levantamento: Bolsonaro vem errando sistematicamente ao comentar pandemia

Total de óbitos passa dos 11 mil e fecha um final de semana no qual a pandemia do coronavírus ceifou a vida de 1.226 brasileiros. Número de infectados está além dos 162 mil casos, e país se consolida como o sexto no mundo em que mais pessoas morreram

Correio Braziliense
postado em 11/05/2020 06:00
Total de óbitos passa dos 11 mil e fecha um final de semana no qual a pandemia do coronavírus ceifou a vida de 1.226 brasileiros. Número de infectados está além dos 162 mil casos, e país se consolida como o sexto no mundo em que mais pessoas morreramO Brasil superou 11 mil mortes pela covid-19, ontem, conforme mostra o balanço mais recente do Ministério da Saúde. O número chegou a 11.123, com a confirmação de mais 496 vítimas fatais nas últimas 24 horas. No sábado, havia 10.627 óbitos registrados.

O Correio fez um levantamento mostrando que Jair Bolsonaro vem errando, sistematicamente, nos seus comentários sobre a pandemia no Brasil. A cada observação que fez, desdenhando do avanço do coronavírus, os números de mortes foram aumentando. Apesar de o Ministério da Saúde ter alertado –– sobretudo durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta –– que a linha de casos era de alta, os gestos e as palavras do presidente seguiram na direção inversamente contrária, como se o fato de menosprezar o problema tivesse o condão de fazer os óbitos e infecções refluírem.

O Ministério contabilizou 1.226 novos registros de mortes no país em decorrência da covid-19 apenas neste fim de semana. Além disso, confirmou ontem mais 6.760 casos da doença. O total de infectados, com isso, chega a 162.699. Eram 155.939 no sábado.

O número de mortes registradas nas últimas 24 horas não é necessariamente o de óbitos ocorridos nesse período, porque é preciso considerar o intervalo de tempo entre o registro e a confirmação de que a pessoa estava com o novo coronavírus.

Com números crescentes, o país é o sexto com mais vítimas fatais pelo novo coronavírus no mundo, atrás de Estados Unidos (69,9 mil), Reino Unido (31,2 mil), Itália (30,2 mil), Espanha (26,3 mil) e França (26,2 mil). O levantamento é da Universidade Johns Hopkins, que acompanha a evolução da pandemia em tempo real.

A taxa de letalidade no Brasil — ou seja, a proporção de casos que resultam em morte — é de 6,8%. Significa que, a cada 100 pessoas infectadas, sete morreram. São Paulo continua sendo o epicentro da doença no país, com 45.444 casos e 3.709 mortes. Dos óbitos registrados, nas últimas 24h, 101 ocorreram no estado, com a confirmação, de sábado para domingo, de 1.033 diagnósticos da covid-19.

O Rio de Janeiro vem logo depois, com 1.714 óbitos –– 61 registrados nas últimas 24 horas –– e 17.062 casos. O Ceará, em terceiro na lista, conta 1.114 mortes, 52 novos entre sexta e sábado, e 16.692 infectados.

A lista segue com Pernambuco (13.275 casos e 1.047 vítimas fatais); Amazonas (1.004 óbitos e 12.599 confirmações de diagnóstico); e Pará (652 mortes e 7.256  registros). O levantamento do Ministério da Saúde aponta 42 mortes e 2.682 casos no Distrito Federal.

Total de óbitos passa dos 11 mil e fecha um final de semana no qual a pandemia do coronavírus ceifou a vida de 1.226 brasileiros. Número de infectados está além dos 162 mil casos, e país se consolida como o sexto no mundo em que mais pessoas morreram


Venda causa bloqueio de bens
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 25,2 milhões da empresa que forneceu 152 respiradores inapropriados para o tratamento dos pacientes da covid-19 ao Pará. A decisão, proferida ontem, ainda pede a apreensão dos passaportes dos sócios da empresa, para que eles não saiam do Brasil. De acordo com o governo paraense, a empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA foi contratada para fornecer 400 respiradores, do modelo para o tratamento do novo coronavírus. Porém, entregou 152 aparelhos de um modelo que não serve para atender aos pacientes com covid-19.

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