Brasil

Coronavírus: casos 'importados' em MG aumentam 134% em uma semana

Situação tecnicamente positiva do sistema de saúde faz com que cidades mineiras sejam procuradas por pacientes que moram em outros estados

Correio Braziliense
postado em 12/05/2020 15:31
Situação tecnicamente positiva do sistema de saúde faz com que cidades mineiras sejam procuradas por pacientes que moram em outros estadosCom o sistema de saúde aparentemente longe do colapso, Minas Gerais tem se tornado refúgio de pacientes com COVID-19 provenientes de outras regiões do país que não tiveram tanto sucesso nos primeiros meses de combate à pandemia. Em uma semana, o número de casos de coronavírus advindos de “outros estados/países” aumentou 134,4%.

Há sete dias, eram 29 pacientes de fora de Minas Gerais em tratamento no estado. Nesta terça-feira (12), o número saltou para 68. Fonte dos dados, o boletins epidemiológicos divulgados diariamente pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) não informam onde cada infectado mora.

Foram necessários quase dois meses para que a de pacientes “importados” chegasse a 29, mas menos de uma semana até que essa marca dobrasse. 

A “migração” de pacientes se deve, em especial, ao cenário tecnicamente do combate à pandemia em Minas Gerais. A adoção de medidas de isolamento nas maiores cidades do estado ocorreu quando poucos casos da doença haviam sido detectados, o que ajudou a achatar a curva de infecções e evitar a sobrecarga no sistema de saúde.

Municípios como Belo Horizonte, Nova Lima, Juiz de Fora e Montes Claros já registraram casos provenientes de outros estados. Em entrevista nessa segunda-feira, o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), disse que a cidade “está virando um grande importador de doentes”.

Na ocasião, o chefe do Executivo municipal citou que havia nove pacientes de outros estados em hospitais da cidade. “Temos cinco do Pará, um do Rio de Janeiro, um do Espírito Santo e dois de São Paulo”, disse. Todos estão em tratamento em centros de saúde privados.

Saiba Mais

Vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Antônio Toledo Júnior explicou o movimento de pacientes provenientes de outros estados. “Como Minas Gerais está grudada em Rio e São Paulo, a gente tem visto situações peculiares. Em Juiz de Fora, que é muito perto do Rio de Janeiro, há um aumento na busca por demanda espontânea das pessoas do Rio por assistência médica em Minas Gerais”, pontuou.

“Como a pessoa sabe que as unidades do Rio estão lotadas e que teria que ficar migrando entre as unidades de saúde de lá, é mais rápido ela entrar num carro e ir para Juiz de Fora para ser atendida”, completou.

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