Correio Braziliense
postado em 13/05/2020 16:11
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, minimizou nesta quarta-feira, 13, a importância do decreto presidencial que classificou academias, salões de beleza e barbearias como serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavÃrus. A Prefeitura já havia afirmado ontem que não reabriria esses locais.
"O decreto não é imperativo, impositivo, determinante", ressaltou Crivella nesta manhã. Segundo o prefeito, ele tem mantido contato com Bolsonaro, que "entende" a importância das medidas de isolamento adotadas em terras cariocas. "O presidente vê todo o Brasil, e nós estamos vendo o Rio. Temos 5 700 municÃpios no PaÃs, nem todos têm casos de coronavÃrus. A grande maioria não tem. Os mais difÃceis são esses onde nós tivemos muitas pessoas viajando para o exterior no inÃcio do ano", apontou.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que Estados e municÃpios têm autonomia para determinar as próprias formas de isolamento contra a covid-19. A divergência quanto à s iniciativas para frear a propagação do vÃrus surge bem no momento em que Crivella e Bolsonaro mais se aproximam politicamente. Dois filhos do presidente - Carlos e Flávio - foram filiados ao Republicanos, partido do prefeito, de olho nas eleições municipais deste ano, na qual Crivella buscará a reeleição.
Além do decreto desta semana e das medidas de fechamento como um todo, outros pontos soam contraditórios para quem se considera aliado de Bolsonaro. O Consulado da China no Rio doou 150 mil máscaras para a Prefeitura na semana passada, enquanto o governo federal já criou atritos com o paÃs asiático no âmbito da pandemia.
Perguntado sobre uma futura saÃda do isolamento, Crivella disse que isso só será possÃvel no Rio quando houver leitos abertos e as curvas de contaminação da doença estiverem diminuindo. "Todos nós queremos (voltar à rotina), não há um carioca que não queira. Mas temos que voltar com o nÃvel de infecção baixo, que não coloque em risco as pessoas com comorbidades e idosos, e precisamos ter leitos", afirmou.
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