Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 04:13
Fora dos holofotes desde o início da semana, o ministro da Saúde, Nelson Teich, foi colocado contra a parede pelo presidente Jair Bolsonaro para mudar o entendimento da pasta sobre o uso da cloroquina e do seu derivado, a hidroxicloroquina. Repreendido por utilizar as redes sociais para alertar dos riscos dos medicamentos, ele agora terá de atender a uma exigência do presidente caso queira seguir no governo e elaborar um protocolo permitindo a aplicação das substâncias assim que os pacientes infectados demonstrarem os sintomas iniciais.
Bolsonaro afirmou que as novas normas do Ministério da Saúde devem ser divulgadas ainda hoje. Por enquanto, o único protocolo da pasta sobre a utilização da hidroxicloroquina foi divulgado ainda sob a gestão de Luiz Henrique Mandetta e recomenda o medicamento como opção apenas para quadros graves (pacientes hospitalizados com pneumonia viral).
Ontem, durante videoconferência com empresários, o presidente afirmou que exigiu a alteração do protocolo. “Estou exigindo a questão da cloroquina agora. Se o Conselho Federal de Medicina decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal, via ministro da Saúde, vai dizer que é só em caso grave?”
Bolsonaro disse, ainda, que foi eleito presidente justamente para fazer escolhas. “Votaram em mim para eu decidir. E essa decisão da cloroquina passa por mim. Pode mudar e vamos mudar”, completou.
Há três semanas, o CFM emitiu um parecer com critérios e condições para a prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina, em pacientes com covid-19. A autarquia constatou “que não há evidências sólidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento dessa doença”. De todo modo, o CFM entende ser possível a prescrição desses medicamentos em situações específicas.
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