Brasil

"Dei o melhor de mim", diz Teich sem explicar motivo da demissão

Teich reforçou que não é simples estar a frente da pasta durante o pandemia do novo coronavírus e agradeceu a oportunidade ao presidente Jair Bolsonaro

Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 16:34
Teich reforçou que não é simples estar a frente da pasta durante o pandemia do novo coronavírus e agradeceu a oportunidade ao presidente Jair BolsonaroEm um breve discurso, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, se despediu do cargo após ficar 28 dias no comando do Ministério da Saúde. Sem explicar o motivo do pedido de demissão feito mais cedo nesta sexta-feira (15/5), Teich reforçou que não é simples estar a frente da pasta durante o pandemia do novo coronavírus e agradeceu a oportunidade ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

“A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair. Dei o melhor de mim nesse período que estive aqui. Não é uma coisa simples estar a frente de um ministério como esse em um esse período tão difícil. Agradeço ao meu time que sempre esteve ao meu lado”, pontuou inicialmente. 

Segundo bastidores, Teich já foi a reunião com Bolsonaro decidido a se demitir. O desconforto maior começou com a surpresa do decreto, em que ele não foi ao menos informado sobre as novas atividades que seriam incluídas como essenciais. Abertamente, o médico não explicitou o motivo da saída e tampouco fez de Bolsonaro alvo de ataques em seu discurso de despedida.

No discurso que durou cerca de seis minutos, Teich falou ainda sobre a oportunidade que teve ao exercer o cargo de ministro da Saúde. 

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“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro a oportunidade que me deu de ter feito parte do Ministério da Saúde. Seria muito ruim na minha carreira não ter tido a oportunidade de atuar no ministério, pelo SUS. Eu nasci graças ao serviço público, sempre estudei em escola pública, minha faculdade foi pública, minhas residências foram em hospitais federais. Eu fui criado pelo sistema público. Eu não aceitei o convite pelo cargo, eu aceitei porque achava que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas”, completou. 

Segundo pessoas próximas do governo, a relação entre Teich e Bolsonaro sempre foi de respeito e, sem interesse político, Teich tinha um diálogo aberto e franco. Ao público, essa liberdade era suprimida, entendendo o ministro o papel subserviente ao presidente.

Ações 

Teich ainda ressaltou as poucas ações que fez durante o breve comando da pasta. “Foi construído um programa de testagem, que está pronto para ser implementado. Isso vai ser importante para que a gente entenda a situação da covid-19 no Brasil e a sua evolução”, disse. 

Teich também lembrou das viagens em que fez como ministro, quando visitou o Amazonas e Rio de Janeiro e ressaltou o trabalho dos profissionais de saúde. “Quando você vai na ponta e vê o dia-a-dia dessas pessoas você se impressiona”, exaltou.

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