Correio Braziliense
postado em 17/05/2020 04:18
Embora os efeitos do confinamento sejam positivos para o meio ambiente em termos globais, no Brasil, a política ambiental foi colocada à prova. Durante a pandemia, o desmatamento da Amazônia, os focos de incêndio no Pantanal e as invasões de terras indígenas só fizeram aumentar. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que, nos quatro primeiros meses de 2020, os alertas de degradação em terras indígenas aumentaram 59% em comparação ao mesmo período do ano passado.O mesmo sistema aponta um desmatamento na Amazônia de 5.666km² entre agosto de 2019 e abril de 2020, 94% maior do que em igual período anterior. De janeiro a abril de 2020, foram registrados 1.456 focos de incêndio no Pantanal ante 674 no mesmo período de 2019, aumento de 116% e o maior dos últimos 10 anos.
Na opinião de Heinrich Hasenack, professor de departamento de Ecologia da Universidade, os problemas de desmatamento e invasão de terras indígenas e unidades de conservação no país não cessaram com a pandemia, mas, sim, perderam visibilidade. “O momento está servindo para facilitar ações prejudiciais ao meio ambiente e às comunidades originais. O que o Deter identificou não reverbera por causa da pandemia”, lamenta.
Paulo Brack, professor de Instituto de Biociência da UFRGS, afirma que o Brasil não tem uma pauta ambiental. “Há ingerência política, assédio moral com respeito à fiscalização. Isso é muito grave.” (SK)
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