Correio Braziliense
postado em 20/05/2020 19:11
Após a divulgação do novo protocolo do uso da cloroquina no tratamento da covid-19, o secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde, Élcio Franco, negou a existência de uma motivação política na mudança, que orienta os médicos a prescrição do medicamento para pacientes com sintomas leves da doença. Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (20/5) no Palácio do Planalto, o secretário afirmou que a nova orientação foi feita com “uma larga fonte de referência” e foi acordada “de maneira consensual” com todas as secretarias da pasta. Apesar da orientação divulgada pelo órgão não conter assinatura de nenhum nome, o secretário garantiu que o documento foi assinado e convalidado por todos os secretários. “Houve participação de vários técnicos do ministério. É um trabalho que vem sendo feito há um bom tempo, que está sendo pactuado com Conass e Conasems. Tem uma larga fonte de referência e um trabalho que foi acordado de maneira consensual com todas as secretarias”, disse logo do início da coletiva.
Apesar da mudança no protocolo ser requisitada pelo presidente Jair Bolsonaro diversas vezes e ter motivado o pedido de demissão do ex-ministro Nelson Teich, que não entrou em acordo com o chefe do Executivo em relação ao tema, o secretário-executivo substituto disse que o trabalho da pasta não foi motivado apenas por motivação política. “Esse trabalho interno feito, em momento algum, foi negligenciado ou foi conduzido somente por determinação de alguma autoridade”, pontuou.
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, explicou que a motivação da confecção do documento “vem da necessidade de uma resposta a população”. Segundo ela, enquanto brasileiros de classe social mais alta tem o direito da prescrição desse medicamento, há uma limitação do acesso da população mais desfavorecida a essas medicações. “O que queremos é tornar o princípio da equidade garantido pelo SUS como uma realidade para todos os brasileiros”, afirmou.
Mayra ainda lembrou que o Ministério da Saúde já adotou a indicação da cloroquina em protocolos anteriores para tratamento do zika vírus e chikungunya. “Nós estamos falando de uma guerra onde nós precisamos disponibilizar o direito que é clamado pelos brasileiros a receber uma medicação que em vários estudos clínicos têm mostrado evidência”, disse.
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