Brasil

Covid-19: família cai em golpe após suposto funcionário pedir R$ 7 mil

Supostos funcionários ligaram para a família e disseram que a mãe corria risco. Golpistas pediram dinheiro para tratamento. Disseram que o plano de saúde faria o estorno

Correio Braziliense
postado em 27/05/2020 09:28
Hospital Felício RochoFamiliares de uma paciente, de 56 anos, atestada com a covid-19 caíram em um golpe na capital mineira. O filho da mulher recebeu uma ligação - de um homem que se identificou como funcionário do hospital  particular onde ela está internada - dizendo que a mãe estava muito doente e precisava de fazer alguns exames que não eram cobertos pelo plano de saúde. O filho fez o depósito de R$7 mil.

A mulher está internada no Hospital Felício Rocho. Ela fez exames, que deram positivo para o novo coronavírus. Ficou internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) por três dias. Os médicos do hospital - seguindo o protoloco - relatavam boletim médico pelo telefone.

A Rádio Itatiaia teve acesso à ligação. "Infelizmente, foi identificada uma alteração. Identificamos o acumulo de células blásticas. Células blásticas são células doentes que substituem a células saudáveis do sangue. Esse processo, agora no inicio, esta causando resistência contra a medicação. Ou seja, não deixa a medicação fluir no organismo dela e o quadro vir a melhorar", diz o golpista ao familiar da vítima.

"O principal é que essa alteração esta evoluindo e dominando a maior parte do sangue. Como foi identificado no inicio, ainda temos o autocontrole da cura. A gente consegue combater e destruir essas células doentes. Mas, se não agir da forma adequada - a qualquer momento - essa alteração pode provocar mutação genética entre células e desencadeiar uma célula cancerígena, tornando a paciente em uma portadora do câncer de sangue", prossegue o golpista.

Na ligação telefônica disponibilizada pela rádio, o familiar se mostra muito surpreso e disposto a fazer o que fosse necessário para o bem estar da mãe.

E, para eliminar essa alteração e tirar a paciente da "zona de risco", o golpista afirma que "necessita realizar um procedimento de imagem." "Com esses aparelhos, eu vou ver detalhes e vou saber qual a medicação ela necessita pra eliminar todas essas células doentes em uma só dosagem." Entretanto, afirma que não há esses aparelhos no hospital e, para evitar uma transferência da paciente, precisava de uma quantia em dinheiro.

O estelionatário afirma que, por burocracia do plano de saúde, esse procedimento só poderia ser feito em dois dias. E, segundo ele, tempo suficiente para a paciente desenvolver um câncer. "Aguardar o plano, é deixar o câncer evoluir."

Ainda de acordo o criminoso, o valor inicial que incluía os aparelhos, a medicação, e o deslocamento do aparelho da clínica até o hospital ficaria em R$ 4.900. Outras ligações foram feitas. Por fim, segundo familiares, foram feitas três transferências bancárias.

Saiba Mais

A vítima fez um primeiro depósito de R$ 3 mil. Depois, um segundo de R$ 1.900. Por fim, um último de R$2.100. Ainda em entrevista à Itatiaia, ele afirmou que foi até o hospital - onde não teve esclarecimentos. Ele disse que registrou um boletim de ocorrência.

O Estado de Minas entrou em contato com o Hospital Felício Rocho, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. 

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