Brasil

Menino recebe carinho na web após sofrer ataque racista em perfil de livros

Em menos de 24 horas, mais de 350 mil pessoas começaram a seguir Adriel Bispo de Souza, de 12 anos, na conta do Instagram em que faz resenhas de livros

Adriel Bispo de Souza, um menino de 12 anos de Salvador (BA), sofreu um ataque racista na página do Instagram em que compartilha resenhas de livros. Após o episódio, internautas se mobilizaram, enviaram mensagens de apoio ao menino e o perfil ganhou mais de 300 mil seguidores em menos de um dia.

Adriel é apaixonado por livros e criou o perfil @livrosdodrii na rede social para compartilhar resenhas de suas leituras. No ataque racista, o agressor chamou Adriel de “porco gordo” e afirmou que o menino precisava parar de fazer análises de livros e ir cavar minas, pois era o que “preto e pobre” fazia.

Adriel divulgou o ataque, e rapidamente recebeu o apoio de muitas pessoas. Em resposta ao agressor, ele escreveu: “Em pleno século 21 pessoas ainda são racistas? Atualizem-se. Insultos acabam com psicológico de pessoas fracas, esse tipo de coisa não me abala em nenhum ponto. Aliás, tenho orgulho de ser negro. Aprende a escrever, cara. Isso não é um insulto, e sim um conselho.” 
 

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A mobilização para que o menino conseguisse mais seguidores e, assim, fosse estimulado a continuar com seu trabalho, cresceu e, até o meio da tarde desta sexta-feira (29/5), o baiano tinha mais de 370 mil seguidores em sua rede social.

Emocionado, Adriel gravou um vídeo, postado em seus stories, agradecendo por todo o apoio e dizendo que estava tentando responder a todas as mensagens de carinho. Ele chegou a mobilizar a família para tentar agradecer a todos.

Inicialmente a mãe e a prima do menino estavam se responsabilizando pelo perfil de Adriel. Depois da repercussão do caso, uma empresa de assessoria de comunicação se ofereceu para ajudar a acompanhar a conta da rede do pequeno leitor.

A mãe de Adriel, Deise Santos Oliveira, de 32 anos, gravou um vídeo em sua conta do Instagram e disse que o menino apenas respondeu o autor do ataque preconceituoso na altura que ela ensinou, “com orgulho de ser quem ele é, e ter orgulho da pele que tem, com essa melanina maravilhosa, sem se vitimizar”. Ela também agradeceu o carinho de tantas pessoas com o filho: “Eu estou acabada, gente, cansada mas deixo aqui o meu muito obrigada, só tenho que agradecer a vocês.”
 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão